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O senador Wellington Fagundes (PR-MT) pediu ao ministro do Turismo, Vinicius Nobres Lages, a criação de um projeto que possa dar finalidade ao legado de obras da Copa do Mundo. Durante audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado, Fagundes mostrou ao ministro a existência de muitos questionamentos da população sobre os investimentos realizados, principalmente em Mato Grosso, para o grande evento do ano passado. “Não houve sequência de nada” – disse o republicano.
Wellington lamentou, principalmente, os entraves que tem causado a demora na conclusão dessas obras. Citou como exemplo a questão da ampliação e modernização do Aeroporto Marechal Rondon. Segundo ele, o término dessas obras é fundamental. Ele relatou ao ministro a existência de um convênio com o Governo do Estado e que agora a Infraero resolveu assumir.
“Nós estamos em Mato Grosso, no centro do Brasil. Cuiabá é o centro geodésico da América do Sul e temos uma aviação regional praticamente rudimentar” – destacou o senador em seu pronunciamento. Ele enfatizou que atualmente não existe voo que integre o Estado a qualquer país do Mercosul. “A população não entende como é que podemos estar tão próximos e não podemos chegar à Bolívia, ao Paraguai, ao Chile, enfim, em outros países para trocar experiências socioculturais e até mesmo econômicas” – salientou, ao defender a ação planejada do Ministério do Turismo para suprir esse problema.
O ministro Vinicius Lages, em resposta ao republicano, reconheceu que é preciso que o turismo passe a fazer parte do “pensamento estratégico” da expansão do transporte aéreo no Brasil. O dinamismo da economia brasileira no Centro-Norte, segundo ele, coloca Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins crescendo a taxas chinesas, ou seja, que dobraram, triplicaram a população, que geram negócios e que estão desconectadas do transporte aéreo.
“A produtividade da economia brasileira vai depender desse País transformar a aviação em um serviço de utilidade pública, porque assim nós teremos uma economia mais integrada e cidades que têm potencial turístico fazendo parte da corrente principal da economia” – frisou o ministro.
Fagundes adiantou também que encaminhará um requerimento junto a Comissão do Senado para que o Ministério do Turismo promova um estudo que aproveite a estrutura montada para a Copa do Mundo. Ele lembrou que na preparação para a Copa havia um trabalho conjunto entre os governos. A impressão que se tem agora, passado o evento, é de que houve desinteresse na ação. “E o Governo é um Governo só” - disse.
Wellington lembrou que em Mato Grosso muitos diziam que seria impossível realizar a Copa. Porém, o que se viu durante o período foi um dos estádios com a melhor avaliação tanto do ponto de vista da arquitetura, como de segurança e usabilidade. A cidade também ficou bem pontuada no quesito atendimento e alimentação. "Em Mato Grosso, tivemos uma Copa sem nenhum incidente, mesmo com os adversários criticando que seria impossível” – disse, ao destacar as potencialidades do Estado, único a abrigar três ecossistemas – a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal.
Justina Fiori
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