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terça-feira, 29 de agosto de 2017

"Na Casa Cuiabana, Carlos Amorim lançará “Entre dias e noites”, sua primeira obra poética

Durante a segunda semana de setembro, o poeta cuiabano, radicado no município de Santo Antônio de Leverger, lançará o seu primeiro livro de poesia, intitulado: “Entre Dias e Noites”. Embora residente de Santo Antônio de Leverger, Moisés Carlos Amorim tem uma relação estreita e íntima com a cidade de Cuiabá, de modo que ele mesmo se perde quando questionado sobre sua naturalidade; numa entrevista, assim ele se expressa: “Sou um passageiro constante tanto do interior quanto da capital, por isso me sinto enraizado nas duas realidades”. Acontecimento em Santo Antônio:
Em uma noite de verão os raios do luar incendiaram a superfíciedo rio (com extrema luminosidade) enquanto a cidade e os seus habitantes calmamente adormeciam às 22:00 horas.
Em Cuiabá, na UFMT, Carlos Amorim fez seus estudos acadêmicos, licenciando-se em Letras, com habilitação em Literaturas de línguas portuguesas e, posteriormente, na mesma instituição, mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea - ECCO.

O pré-lançamento da obra “Entre dias e noites” será no dia 09, na Casa Cuiabana, das 10h às 18h. A entrada no evento é gratuita e haverá várias outras ações culturais tais como: apresentação de música autoral-alternativa, recitação de poesias, exposição de fotografias, desenhos e pinturas etc.

Mas (retomando o trabalho de apresentar a sua obra), pode-se afirmar que os poemas são de múltiplos assuntos da vida, evidenciado com criticidade aspectos relacionados à formação de si, de sua terra e da pátria - nacional e humana, no tocante às reverberações de questões atuais. Nesse sentido, cito os poemas: “Uma pátria”, “Ode às casas populares” e “O prisioneiro”.

Ode às Casas Populares

Em minha terra
não foi construído nenhum
arranha-céu
para que não atrapalhe o voo
dos pássaros
- tráfego aéreo com fluxo
permanente.
Ao povo esquecido
da minha terra, os maiores
pedreiros edificaram casas,
que são obras
singulares e costumeiras
do cotidiano

Noutros poemas, Amorim revela sensibilidade, irmandade e lirismo ao expressar o pertencimento à terra que o constitui, mostrando de forma inequívoca que a constituição de um ser se origina de várias fontes, que marcam, de tal modo, simples e inevitável, que o que somos, só somos porque outros nos constituem. Dito de outro modo, somos o que somos porque pessoas, essência is e imprescindíveis, deixaram um pouco de si em nós, como exemplo temos os poemas “Rotina de Trabalho”, “Adorável poeta, Sr. Palhares”, “Sabedoria”. O poeta não é outro senão aquele que dialoga com as dores: do mundo e as suas, abstraindo delas a estética, construindo arte capaz de emocionar, refletir e mudar o que somos. E isso tem como fim último não nos esquecermos do humanismo.

Canção do Vento

Um dia, serei a brisa que passa...
E o meu destino – correr para longe
percorrendo campos em flor...
Ah! ser elemento da natureza
irmão das águas e das pedras...
Ao luar, as árvores cobrirão meu
corpo aéreo com as folhagens
ainda verdes. E dançaremos ao
amanhecer, enquanto na terra
descansam os seres grandes ou
pequenos... Então, oh! chuva,
no dia claro ou em hora sombria,
levarei minha dádiva como um
segredo – o ar puro da primavera.

Em poemas como “Do homem anônimo para a mulher anônima”, “Interlúdio do Fogo” entre outros, vemos o amor como um símbolo que se relaciona às variadas faces do sentimento. No primeiro poema, o amor é incompreensível, no entanto, isso não se traduz na ausência de sentido ao ser que ama, visto que o sentimento se alicerça no subjetivismo do amador; no segundo, evidencia a realidade desse sentimento relacionado ao ato concreto.


Ao exteriorizar sua visão sobre a importância da poesia, o poeta assim se manifesta: "A poesia é um alimento espiritual... A água e o pão que há nela saciam a fome e a sede da humanidade inteira, porque toda a humanidade, independentemente de classe ou valor social, é miserável". Essa visão um tanto pessimista é apenas um dos fundamentos de sua poesia, do seu fazer poético e assim percebemos quando ele, otimista, sobre o poder da poesia, revela: “Sem dúvida, aquela Magia fará descendentes, como fonte incorruptível deixado para a humanidade. E nada, nenhuma pedra, será como antes”.

Elegia para Lêdo Ivo

Foi a Espanha que o viu pela última
vez, entre a gigantesca profusão dos pássaros.
E a bruma, embora densa, não pôde sufocar
as palavras, que o acompanharam durante a
vida e desabrocharam para além do túmulo.
Desde o princípio, a bandeira tremulante da
vertigem calcinou nos seus versos uma linguagem
verdadeira. Fruto imperecível... Contudo, os dias
chegarão pelo quadrante do tempo com prevista
naturalidade, de modo que fique numa data
o falecimento do poeta, ocorrido em Sevilha.
E os telejornais retomem o cotidiano, suspenso
pela triste reportagem. Sem dúvida, aquela Magia
fará descendentes, como fonte incorruptível
deixado para a humanidade. E nada, nenhuma
pedra, será como antes.

Por Carlos Lisboa
Da Mídia Crítica Descentrada

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