O destaque da retomada da ZPE no
Distrito Industrial de Cáceres, incentivada pelo governador Silval
Barbosa, visa consolidar o processo de concretização desse importante
instrumento de expansão econômica e de inovação tecnológica e
industrial.
Mato Grosso atualiza o seu
planejamento, de forma segura e constante, buscando e consolidando as
etapas de seu desenvolvimento até a certeza de implantação de uma
política industrial completa. Essa iniciativa contraria manifestações
esporádicas, e diga-se, apocalípticas, em relação ao rumo de
desenvolvimento que está sendo impresso.
No entanto, o Estado desempenha um
esforço histórico, muitas vezes mal compreendido, por algumas ações que
não tiveram investimentos disponíveis no momento exato de maturação,
para sustentar sua continuidade. Como consequência, foi necessário
duplicar recursos e esforços para reinício do empreendimento, sua
mobilização técnica e o reforço à credibilidade. E isto é o que,
infelizmente, não tem faltado ao País.
O programa das ZPE’s apresentava esta
exata performance negativa que está sendo superada. Criado há mais de 20
anos, em um momento pouco favorável à abertura ao comércio exterior,
quando o País atuava por influência de um restrito número de
exportadores que viam na ZPE uma ameaça aos seus negócios. Tinham o
conceito errôneo, considerando as ações redundantes e uma abertura
gradual ao comércio exportador, como se fora uma continuidade da
política de abertura de portos de D. João VI. Daí um governo
presidencial (que não vou nem mencionar), despejou a pá de cal sobre o
programa de ZPE, chegando quase a extinguí-lo, literalmente.
Os governos Lula e Dilma reativaram o
programa, por meio de reformulação de novas leis e decretos, recriando o
mecanismo com políticas e ações. Recuperou, assim, o lado procedimental
e processual positivo, reativando os estados federados com ZPE’s
aprovadas, além de recuperar a credibilidade da sociedade e do meio
empresarial. Em Mato Grosso, a ZPE foi inteiramente inserida nas metas
do governador Silval Barbosa.
Apostando numa clara desburocratização
do marco regulatório das ZPE’s, acabou-se recentemente por unir
empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), todos em torno da retomada da ZPE, comprometendo-se de forma
prática e objetiva com os planos de negócios e programação de
investimentos.
Esta mobilização, evidentemente, é um
forte estímulo ao Estado, à Fiemt e às demais federações do setor
produtivo, no momento em que a Administradora da Zona de Processamento
de Exportação de Cáceres S.A. (Azpec S.A.), por sua vez estimulada pelo
governador Silval Barbosa, juntamente com as empresas interessadas,
empenham esforços para a consolidação da ZPE de Mato Grosso, em Cáceres.
Pelo Projeto de Lei do Senado (PLS)
764, em fase final de tramitação, duas mudanças no marco regulatório são
apontadas pelos empresários como "cruciais" para destravar as ZPE’s no
Brasil e aumentar a dinâmica da ZPE de MT em Cáceres.
A primeira mudança necessária é sobre a
instalação de uma fábrica, que exige, atualmente, que a empresa não
tenha outra unidade no País, atrapalhando as negociações, pois exige-se
novo CNPJ para a empresa operar. O projeto de lei em tramitação no
Senado prevê a flexibilização dessa regra, permitindo a constituição de
filiais ou coligadas na ZPE.
A segunda mudança é sobre o
alfandegamento, o qual não deixa de ser um impedimento. Atualmente, as
empresas só podem começar a montar a fábrica e adquirir insumos após a
concessão, pela Receita Federal, por meio do alfandegamento aprovado,
processo que demora cerca de um ano, estimando menor tempo para Mato
Grosso. O projeto de lei em tramitação no Senado visa eliminar esse
problema.
Após a aprovação da lei, será possível
que as empresas iniciem as operações básicas durante o processo de
alfandegamento. Isso facilitará, enormemente, sua aprovação total,
inclusive junto ao Conselho Nacional das ZPE’s no Ministério de
Indústria e Desenvolvimento de Comércio Exterior (MIDC).
Ilson Sanches é advogado e professor universitário nas áreas de Direito e de Economia
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