O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), ex-governador do Rio de
Janeiro, comentou nesta quarta-feira (15) a iniciativa fracassada do
governo federal de distribuir material sobre educação sexual em escolas
públicas. "Estado não tem que escolher se o cidadão deve ser homem,
mulher ou optar por um outro sexo", disse.
Garotinho falou sobre o assunto quando questionado sobre declarações do
ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) a respeito
de pastores evangélicos.
No Fórum Social Mundial, Carvalho afirmou que o
Estado deveria fazer uma disputa ideológica pela "nova classe média",
que estaria influenciada por setores conservadores, como as igrejas
evangélicas. Nesta quarta-feira (15) o ministro pediu desculpas aos
deputados e senadores evangélicos.
O ex-governador participou do "Poder e Política - Entrevista", projeto do UOL e da Folha conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília.
O material sobre sexualidade foi elaborado pelo MEC (Ministério da
Educação) durante a gestão de Fernando Haddad (PT-SP), que deixou a
pasta para ser candidato a prefeito de São Paulo.
A respeito das
eleições, Garotinho disse que, ao menos no Rio de Janeiro, a discussão
sobre princípios religiosos terá importância. "O Eduardo Paes [atual
prefeito e pré-candidato à reeleição] é um notório defensor de políticas
que vão contra princípios cristãos", disse.
DILMA
Na entrevista, o deputado do PR também criticou o governo de Dilma
Rousseff. Ele afirmou que a presidente tem feito as intervenções
necessárias quando algum ministro se manifesta contra princípios
evangélicos, mas classificou o governo como "péssimo".
"Basta olhar a execução orçamentária do ano passado. Foi pífia. Por
exemplo: segurança pública, que é um tema que está em voga hoje. Quanto o
governo gastou? O Pronasci [Programa Nacional de Segurança Pública com
Cidadania] deveria se chamar "Promorre", porque não gastou nada", disse.
Sobre a popularidade em alta de Dilma, Garotinho disse que "Hitler
também era [popular]", mas negou comparar a presidente ao líder nazista.
Segundo ele, a afirmação serve apenas para mostrar que as pessoas se
enganam ao avaliar um governo.
GREVE DA POLÍCIA
Garotinho falou também sobre a conversa telefônica que teve com o cabo
Benevenuto Daciolo, líder da greve no Rio, e que vazou para a imprensa
nos últimos dias.
Ele negou ter incitado a paralisação e apontou um
"equívoco" na posição da presidente de ser contra anistia a líderes do
movimento. "A anistia é uma conquista da civilização e do sistema
democrático. Anistia é tão importante que a Dilma não seria presidente
da República hoje se não fosse a anistia", disse Garotinho.
Na entrevista o ex-governador do Rio analisou a aliança com o
ex-desafeto Cesar Maia (DEM). Os dois lançarão Rodrigo Maia (DEM), filho
de Cesar Maia, como candidato a prefeito do Rio. Clarissa Garotinho
(filha de Garotinho) será candidata a vice.
Indagado sobre 2014, deu a entender que pretende disputar um cargo
majoritário, possivelmente o governo fluminense. No plano nacional, não
revelou preferências, mas disse que no PSDB José Serra é mais
competitivo do que Aécio Neves numa disputa presidencial. E que Serra
deveria ficar fora da disputa pela Prefeitura de São Paulo neste ano.
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