O
deputado Victório Galli (PMDB) criticou na Câmara os “inexplicáveis”
entraves ao setor da pequena e microempresa. Segundo ele, a burocracia e
dificuldade de acesso ao crédito colocam o Brasil em uma condição
absolutamente indesejável na economia mundial, no que tange ao grau de
facilidade para fazer o negócio.
Victório citou pesquisas que colocam o Brasil na última posição no ranking
de 54 países no quesito que mensura a facilidade de empreender.
Paradoxalmente, as médias, pequenas e microempresa são responsáveis por
mais de 70% dos empregos formais da economia brasileira e apresentaram
um crescimento de faturamento de 5,3% nos últimos doze meses.
“Persiste
uma realidade preocupante. A taxa de mortalidade para empresas com
menos de um ano de idade é de 27% no Brasil, refletindo especialmente a
dificuldade de acesso ao crédito e a burocracia no cotidiano dos
negócios, que afeta fortemente os empreendimentos de menor porte”, disse
ele.
O
deputado reconhece, no entanto, que houve avanços nas últimas décadas: a
estabilidade econômica facilitou o planejamento das empresas, as
políticas de microcrédito fomentaram os negócios e o Simples contribuiu
para a redução da carga tributária.
“Mas
muito ainda precisa ser feito no que tange ao ambiente de negócios, os
mecanismos de criação e fechamento de empresas, o acesso ao mercado de
capitais e ao crédito mais barato”, ressaltou.
Conforme
o deputado, paulatinamente, o atendimento às médias, pequenas e
microempresas já vem ocupando a agenda das agências de desenvolvimento
oficiais, em particular o BNDES.
Isso se reflete no crescimento de
desembolsos do BNDES para o segmento, colocando o pequeno negócio como
prioritário para as operações do Banco.
Victório
destacou que as pequenas e microempresas são responsáveis pela geração
de 1,3 milhões de empregos em 2011, em torno de 76% dos novos postos de
trabalho. Além disso, 52% da mão de obra formal se empregam nesse tipo
de empresa.
Também
há um claro movimento de formalização de empresas, disse Victorio, com
um aumento de 900 mil novos negócios registrados no último ano, compondo
um total de 5,4 milhões de microempresas, empresas de pequeno porte e
microempreendedores individuais optantes pelo Simples, que constituem
98% das empresas brasileiras.
O relatório Doing Business
2012 do Banco Mundial constata que a burocracia no Brasil tem
aumentado.
O País caiu ainda mais da posição 120 para a posição 126 em
183 países, o que é absolutamente inaceitável para a sexta potência
econômica mundial.

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