A Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Câmara sobre o Tráfico de Pessoas vai investigar denúncias de
trabalho escravo nas obras da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. A
audiência pública marcada para 21 de agosto, às 10 horas, vai ouvir
representantes do governo do estado, das empresas e da sociedade.
A comissão aprovou nesta quarta-feira a convocação do jovem Raimundo
Braga de Souza, de 22 anos, que afirma ter sido vítima de prisão e
tortura quando trabalhava na obra da hidrelétrica.
Para o deputado Luiz Couto (PT-PB), é preciso investigar se houve
tráfico de pessoas de outros estados para Rondônia. "Há uma denúncia de
que um desses trabalhadores foi vítima de tortura, nós queremos saber se
isso veio a acontecer. Ele vem aqui como convocado para que ele possa
afirmar e, é claro, sob juramento, dizer a verdade."
O deputado Moreira Mendes (PSD-RO) disse que a audiência será uma
excelente oportunidade para desmascarar o que classificou de farsa.
"Conheço aquela usina do primeiro movimento, da primeira máquina, até
hoje. Conheço os detalhes, a obra e sua estrutura. Já almocei e jantei
lá várias vezes junto com todas as pessoas que trabalham na obra, do
engenheiro mais graduado ao pessoal da cozinha, com eles.
Não vejo
nenhuma diferença. Eu sei como e onde moram, como foram recrutados, como
foram preparados, qualificados pelo Senai, pelo Senac, em um convênio
com as empresas que estão lá dirigindo os trabalhos"
Convidados
Também estão convidados para a audiência, entre outros, o diretor de Energia do Grupo Camargo Corrêa, Luiz Carlos Martins; o diretor-presidente do Consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), Victor Paranhos; o advogado Ermógenes Jacinto de Souza; Cleonilde Nunes Serrão, mãe do trabalhador Mailson Serrão, que foi enviado para Rondônia; o arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Esmeraldo Barreto; o secretário de Segurança, Defesa e Cidadania do Estado de Rondônia, Marcelo Nascimento Bessa; e o juiz titular da 2ª Vara Criminal da Comarca de Porto Velho (RO), Valdecir Castelar Citon.
Prorrogação
A CPI do Tráfico de Pessoas, que deveria encerrar os trabalhos em agosto, foi prorrogada por mais 60 dias. Deverá funcionar até 10 de outubro. A intenção dos deputados é aproveitar os períodos de esforço concentrado para promover reuniões de audiência pública e votar novos requerimentos.
Reportagem - Geórgia Moraes
Edição – Regina Céli Assumpção
Edição – Regina Céli Assumpção
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