Serão ouvidos dois procuradores responsáveis
pelas investigações decorrentes das operações Vegas e Monte Carlo, da
Polícia Federal; ex-tesoureiro de Perillo entra com habeas corpus no
STF.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados deve ouvir nesta
semana quatro depoentes. Entre eles, estão os dois procuradores
responsáveis pelas investigações decorrentes das operações Vegas e Monte
Carlo, da Polícia Federal.
Os procuradores Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira já
haviam sido chamados pela CPMI no início dos trabalhos, em maio. Seus
depoimentos, no entanto, foram adiados porque falar à CPMI antes da
audiência na Justiça poderia fazer com que eles fossem impedidos de
prosseguir atuando no caso. Ainda não foi decidido se os depoimentos dos
procuradores serão secretos.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que a
decisão será tomada pelos integrantes da comissão. “Há parlamentares que
entendem que esse tipo de depoimento, pela delicadeza e menções a
determinados fatos que incidem no processo judicial e que serão
determinantes para uma sentença, podem e devem ser colhidos em regime de
sigilo. Se assim for necessário, haveremos de fazê-lo”, garantiu.
Os depoimentos dos procuradores estão marcados para terça-feira (21), às 10h15.
Campanha de Perillo
No dia seguinte, também às 10h15, serão ouvidos o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas, Jayme Eduardo Rincón, e o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás Aredes Correia Pires.
Ex-tesoureiro da campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo,
Rincón é sócio de uma empresa que teria recebido R$ 600 mil do grupo de
Cachoeira. Nesta segunda-feira (20), o ministro Joaquim Barbosa, do
Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar que garante a Rincón o
direito ao silêncio na CPMI, para evitar que se autoincrimine.
Jayme Rincón já havia sido convocado pela CPMI por duas vezes, mas alegou problemas de saúde para não comparecer. Desta vez, entrou com habeas corpus no STF para não ter de responder às perguntas dos parlamentares.
Não localizado
Outro convocado, o policial aposentado Aredes Correia Pires, seria ouvido na última quarta-feira (15), mas não foi localizado pela CPMI, motivo pelo qual seu depoimento foi adiado para a próxima quarta (22). Segundo a Polícia Federal, ele teria recebido um dos aparelhos de rádio Nextel distribuídos pelo grupo de Cachoeira na tentativa de evitar “grampos” telefônicos.
Cavendish
O ex-presidente da Construtora Delta, Fernando Cavendish, impetrou habeas corpus no STF na última sexta-feira (17) pedindo para não comparecer à CPMI. O depoimento de Cavendish está marcado para o próximo dia 29, no dia seguinte ao depoimento do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Os dois depoimentos são os mais esperados da CPMI.
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