O 11 de agosto, Dia do Estudante, tem servido para comemorar
conquistas históricas dos jovens brasileiros diz o Eng.Jesse Barros. Neste sábado (11), a UNE e a Ubes
estarão juntas para celebrar, entre outras conquistas, a aprovação do Senado do
projeto que garante 50% das vagas em universidades federais para alunos que
cursaram o ensino médio em escolas públicas. Além disso, o projeto prevê cotas
raciais de forma justa e inclusiva, de acordo com a população de cada região.
O ato também comemorá os 75 anos da UNE e contará com a
participação de ex-presidentes das entidades irmâs, bem como diversas
personalidades. A partir das 14 horas, o terreno histórico da Praia do
Flamengo, 132, será palco de um ato que marcará o início das obras da nova sede
dos estudantes, esta projetada pelas mãos do arquiteto Oscar Niemeyer em
homenagem ao prédio então destruído no mesmo local pela didatura militar.
As recentes conquistas, inclusive a retomada do terreno e a
reconstrução da sede, são frutos de lutas e bandeiras antigas de diversos
grêmios estudantis e centros acadêmicos de todo país. Elas são o resultado do
suor e da saliva de inúmeros personagens anônimos ou não — hoje pais de
família, empresários, intelectuais, trabalhadores, artistas, políticos – que
dedicaram sua juventude à resistência ao neoliberalismo e por um Brasil para
todos os brasileiros.
A nova geração
Contudo, as vitórias são, sobretudo, uma conquista desta
nova geração. Conectados na era digital, a juventude brasileira de hoje vem
durrubando dia a dia o mito de que o movimento estudantil morreu. Mostram, a cada
novo projeto encampado — das ações dos Cuca's (Centros Universitários de
Cultura e Arte) à luta por 10% do PIB para a educação, que os estudantes
valorizam o seu passado, mas não vivem dele. Fazem história no presente, de
olho no futuro.
Talvez o maior mérito do vitorioso movimento estudantil de
hoje tenha sido compreender o novo momento político a partir da eleição de
Lula, em 2002. Diferente de FHC, Lula abriu o diálogo com a juventude, e mesmo
que não tenha atendido a todas as reivindicações, reconheceu a justeza de suas
ideias.
Ainda que tenham partido de um corpo técnico do governo e
possam ser infinitamente melhoradas, medidas como o ProUni, o Reuni, a
construção de inúmeras universidades federais e centros tecnológicos são apenas
alguns dos exemplos que respondem à parte da histórica luta pelo acesso à
educação, bandeira tão cara e fundamental ao movimento estudantil desde as
primeiras mobilizações.
A luta não para
Certo é que, apesar das boas notícias, muito ainda há de ser
conquistado pela juventude deste país. Não é novidade que a qualidade da
educação básica permanece sendo um desafio quase invencível para os governos
municipais, estaduais e federal.
Também para a grande maioria dos jovens trabalhadores
estudar tornou-se um desafio hérculo a ser vencido diariamente, já que depois
de uma longa jornada de trabalho entrar na sala de aula no fim do dia é quase
um milagre.
O acesso à cultura ainda é um mistério para a maioria da
juventude que mora na periferia. Mesmo o emprego digno, em que pese as
tentativas para regulamentar o estágio, permanece um caso raro de se ver.
Estas são apenas algumas das muitas questões que fazem do
movimento estudantil algo tão essencial ao século 21 quanto foi ao século 20.
Por mais que os tempos mudem, algumas amarras persistem ao tempo. É contra
estas amarras, que impedem a liberdade do homem indivíduo sonhar-se coletivo,
por que luta a juventude.
A nova geração de lutadores não aprece na TV, mas é a
responsável pelo João, pedreiro e pai do José, estar agorinha mesmo comentando
com o seu patrão: “ – Sabe chefe, meu fio tá no primeiro ano do curso de
Medicina. Eu nem acredito que já posso sonha em tê um fio dotô ”. É, esperança
só vale muito pouco para quem nunca precisou dela.

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