Deputados da Câmara de Negociação sobre
Desenvolvimento Econômico e Social vão pedir pressa, ao presidente Marco
Maia, para pôr em votação no Plenário o fim da multa de 10% que as
empresas pagam ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em caso
de demissão sem justa causa (PLP 46/11). Eles acreditam que a proposta é consensual e pode ser aprovada antes das eleições municipais.
O parecer do deputado Roberto Santiago (PSD-SP) ao projeto de lei complementar que extingue a multa foi aprovado em julho
pela Câmara de Negociação, um grupo de trabalho criado para discutir
propostas que interessam à classe trabalhadora e aos empresários, e
agilizar sua votação.
Hoje, quando a empresa demite o empregado, ela paga 40% sobre o valor
devido do FGTS ao trabalhador e outros 10% para o FGTS. Essa
contribuição de 10% foi criada em 2001 para pagar parte das despesas do
governo com o ressarcimento aos trabalhadores pelas perdas nas contas do
FGTS pelos Planos Verão e Collor 1, em 1989 e 1990 (LC 110/01).
A mesma lei que criou a contribuição para os empresários também
estabeleceu uma alíquota de 0,5% para os trabalhadores. Embora ambas as
contribuições tenham sido instituídas em caráter temporário, a dos
trabalhadores teve seu prazo de exigibilidade fixado em 60 meses. Já a
dos empresários ainda permanece em vigor.
Para o deputado Roberto Santiago, a contribuição precisa ser extinta
porque já cumpriu o seu papel. "Há um consenso, inclusive na própria
Caixa Econômica Federal, que já fez um parecer no ano passado sobre o
tema, dizendo que não tinha mais o porquê dessa cobrança, e também
acompanhando o que vem fazendo o governo, no sentido de desonerar as
empresas, desonerar a folha de pagamento, passar, por exemplo, a
cobrança de INSS para o faturamento das empresas.”
Santiago acrescenta que também dessa linha de desoneração, para que
as empresas possam ter menores custos no País, há um certo consenso de
que é preciso terminar com essa multa de 10% a mais.
Custo menor
Segundo o gerente-executivo de Relação do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Emerson Casali, a extinção da multa representaria um custo a menos para as empresas em torno de R$ 2,5 bilhões por ano, o que poderia ser revertido em favor dos trabalhadores.
Na opinião de Casali, toda vez que se reduz o custo do trabalho,
estimula-se a geração de empregos. “Hoje é uma preocupação mundial a
criação de empregos e a redução do custo do trabalho. Um grande desafio
do Brasil é promover a redução do custo do trabalho, para não perder a
competitividade, não exportar empregos. Diante disso, é preciso
encontrar pontos onde se possa desonerar o trabalho, sem que isso
signifique prejuízo ao trabalhador."
Ao todo, calcula-se que o ressarcimento ao FGTS tenha custado R$ 55
bilhões. A maior parte, relativa aos trabalhadores que fizeram acordo
com a Caixa Econômica Federal, terminou de ser paga em janeiro de 2007.
Reportagem - Marise Lugullo
Edição – Regina Céli Assumpção
Edição – Regina Céli Assumpção
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