O governo anunciou nesta quarta-feira (15) um pacote para duplicar 7.500
quilômetros de rodovias e construir 10 mil quilômetros de ferrovias,
passando ao setor privado concessões estimadas em R$ 133 bilhões ao
longo dos próximos 30 anos. Desse total, serão R$ 42 bilhões em
investimentos em rodovias e R$ 91 bilhões em ferrovias.
Concessões mais recentes gastaram só 10% do prometido para estradas
'É um kit felicidade', diz Eike Batista sobre pacote de concessões
Ministro diz que pacote do governo é como 'colesterol bom'
Dilma diz que pacote de concessões é para saldar dívida de décadas
Governo aposta em redução do custo da energia para elevar PIB
'É um kit felicidade', diz Eike Batista sobre pacote de concessões
Ministro diz que pacote do governo é como 'colesterol bom'
Dilma diz que pacote de concessões é para saldar dívida de décadas
Governo aposta em redução do custo da energia para elevar PIB
No curto prazo, ou seja, nos próximos cinco anos, as concessões são
estimadas em R$ 79,5 bilhões, segundo o ministro dos Transportes, Paulo
Sérgio Passos R$ 23,5 bilhões no caso de rodovias e R$ 56 bilhões em
ferrovias.
A Etav (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S. A.), que
havia sido criada para gerir o trem bala, foi transformada na EPL
(Empresa de Planejamento e Logística), que irá gerir o projeto.
"Esta empresa visa de forma mais ampla fazer o planejamento e a formulação na área de transportes", disse Passos.
Todo o processo de concessão, que inclui a realização de estudos,
audiências públicas, publicação de editais, licitações e assinatura dos
contratos, deverá ser encerrado em setembro de 2013.
É a primeira etapa do conjunto de ações voltadas à infraestrutura do
governo Dilma Rousseff para tentar reativar a economia brasileira, que
neste ano pode crescer menos de 2%, abaixo dos 2,7% de 2011.
![]() |
||
| Dilma anuncia concessões ao setor privado estimadas em R$ 133 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. |
MENOR TARIFA DE PEDÁGIO
O pacote inclui a concessão de rodovias no Sudeste, Centro-Oeste e no
Nordeste, e o ganhador terá de bancar os investimentos de ampliação e
renovação das rodovias. Serão selecionadas as empresas que oferecerem a
menor tarifa de pedágio.
Os investimentos abrangerão trechos da BR-101, na Bahia, BR-262, no
Espírito Santo e Minas Gerais, e BR-153, em Goiás e Tocantins, entre
outros.
"Em rodovias serão investidos R$ 42 bilhões em 7.500 quilômetros. É
preciso que se diga aqui que até esse momento do país foram feitas, pelo
governo federal, cerca de 5.200 quilômetros de rodovias em concessões.
Isso é mais do que tudo que já foi feito até hoje", destacou Passos.
DIREITO DE PASSAGEM
No caso das ferrovias, a Valec (estatal do setor ferroviário) deixa de
ser a construtora dos novos empreendimentos, que passam a ser realizados
pelo modelo PPP (Parceria Público-Privada), em que o governo contrata
do setor privado a construção, a manutenção e a operação da ferrovia.
A estatal passa a ser somente a gestora da malha, repassando o direito
de passagem dos trens a diversas empresas interessadas, e não somente a
um grande operador logístico, como acontece atualmente.
"Nós estamos trabalhando com a perspectiva de que não haja monopólio da
oferta de serviços de transporte ferroviário. Nós queremos uma malha
ferroviária que seja compartilhada, nós queremos uma malha ferroviária
que possa oferecer condição para menores custos", disse o ministro.
METAS NÃO CUMPRIDAS
O anúncio foi feito mesmo com o governo não ter conseguido cumprir metas
bem mais modestas de obras iniciadas há quatro anos em estradas
federais concedidas.
O último grande pacote de concessões de rodovias foi licitado em 2007,
com contratos assinados em 2008 que previam investimentos de R$ 945
milhões (R$ 1,2 bilhão em valores atualizados) em 270 km de obras de
duplicação e construção de estradas.
Essas obras deveriam estar concluídas até o início de 2013, mas nenhuma
ficará pronta no prazo. Até fevereiro, apenas pouco mais de R$ 100
milhões haviam sido gastos nos projetos.
Entre as obras, está a duplicação do trecho da rodovia Régis Bittencourt
(SP-PR) que passa pela serra do Cafezal. Dos cerca de 30 quilômetros
previstos, pouco mais de 6 estão prontos e a previsão agora é que a obra
só esteja concluída em 2015. Do total de investimentos programados, só
foram executados cerca de 17%.
Dos 8 grandes projetos, 5 nem começaram, como é o caso do contorno de Florianópolis na BR-101/SC.
A não realização das obras previstas pode gerar penalidades ao
concessionário como multas, redução do valor do pedágio e até a perda da
concessão, mas até agora poucas foram aplicadas.
Há avaliações diferentes para o motivo do atraso. No mercado, a
informação é que as vencedoras dos leilões de 2007 ofereceram pedágios
muito baixos e não têm dinheiro para realizar as obras.
Vencedoras e governo alegam que os problemas foram licitações com
projetos mal elaborados, que geraram mudanças e problemas com o
licenciamento ambiental.
'KIT FELICIDADE'
O empresário Eike Batista chamou hoje de "kit felicidade"
o pacote de concessões para ampliar os investimentos em rodovias e
ferrovias que está sendo lançado pelo governo federal. Na avaliação do
empresário, a iniciativa é "corajosa" e vai reduzir o deficit em
infraestrutura do país.
"Nos últimos 20 anos, a gente investiu muito pouco em relação ao PIB
[produto interno bruto] em infraestrutura. Eu ouso dizer que tem uma
carência aí de U$ 300 bilhões. Esse mega-pacote aí é um espetáculo pro
Brasil", disse Eike antes do início da cerimônia de anúncio no Palácio
do Planalto.
![]() |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
| Trecho da rodovia Régis Bittencourt (SP-PR), que passa pela serra do Cafezal, está sendo duplicado - MARIANA SCHREIBER MAELI PRADO KELLY MATOS |


Nenhum comentário:
Postar um comentário