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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

"Parlamentares querem que Delta se torne o foco da CPI "

Após comerciante dizer em depoimento que seu nome foi usado indevidamente pelo esquema de Cachoeira, senadores e deputados insistem na ampliação das investigações da construtora em todo o país.

O depoimento da comerciante Roseli Pantoja da Silva, única dos três convocados a falar à CPI do Cachoeira ontem, fez os parlamentares insistirem na importância de a construtora Delta ser investigada nacionalmente, e não só na região Centro-Oeste.

Dezesseis empresas-fantasma movimentaram quase R$ 300 milhões com repasses da Delta. Cachoeira é peixe pequeno neste esquema. Como Roseli, outras pessoas foram usadas — disse o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

O senador Pedro Taques (PDT-MT) tem opinião semelhante. Para ele, o principal alvo da CPI deve ser a Delta.

 Cachoeira é apenas um instrumento. Não dá para limitar as investigações ao Centro-Oeste — argumentou.

Roseli negou envolvimento com o esquema o contraventor Carlos Augusto Ramos e disse que seu nome foi usado para colocá-la como sócia da Alberto & Pantoja Construções, apontada como “fantasma” pela Polícia Federal.

A comerciante alertou que dados pessoais dela não coincidiam totalmente com os da Polícia Federal e com os da CPI. Primeiro ela corrigiu a grafia do nome, que é com “i” e não com “y”; depois não reconheceu o número do CPF apresentado a ela pelo relator, Odair Cunha (PT-MG).

Isso mostra o nível de complexidade da quadrilha. Pegaram nomes parecidos e criaram CPF válido, no endereço dela. Roseli foi usada de forma criminosa pela organização de Cachoeira — disse Cunha.

Feira dos Importados

Roseli, que prestou depoimento sem advogado, informou que o ex-marido, Gilmar Carvalho Moraes, é contador autônomo e certa vez deu a ele uma procuração para abrir uma loja de artigos para roqueiros na Feira dos Importados de Brasília.

 Com o documento, Moraes abriu conta bancária no nome dela, fez compras e deixou de pagar dívidas. Para os integrantes da CPI, o ex-marido de Roseli tornou-se um suspeito e deve ser convocado a depor.

Na opinião de Cunha, ficou claro que a quadrilha pode ter utilizado os documentos de Roseli para a criação da Alberto & Pantoja. Ele lembrou que em dois anos a empresa movimentou R$ 60 milhões, tendo recebido da Delta mais de R$ 25 milhões.

Primeiro chamado a depor, o ex-presidente do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO) Edivaldo Cardoso de Paula repetiu prática já comum na comissão ao evocar o direito de ficar em silêncio para não fornecer provas contra si.

 Edivaldo de Paula é acusado de favorecer os interesses de Cachoeira no órgão de trânsito goiano.

Outro convocado, Hrillner Ananias, que foi segurança do ex-senador Demóstenes Torres, também ficou calado e foi rapidamente dispensado.

A CPI ouviria também o policial aposentado Aredes Correia Pires, mas, não localizado, foi reconvocado para a próxima quarta-feira.

Jornal do Senado

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