Tramita na Câmara o Projeto de Lei 3300/12,
do deputado Walter Feldman (PSDB-SP), que limita a dois anos o tempo de
vigência dos contratos de trabalho temporário da Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares S. A. (EBSERH).
Pela proposta, esses contratos poderão ser renovados uma única vez.
Na opinião de Feldman, “da forma como está, a lei de criação da EBSERH
[12.550/11] também autoriza desmandos”.
Segundo ele, não há justificativa para que a empresa não consiga
realizar concurso público em cinco anos após sua criação. Esse é o prazo
permitido atualmente pela legislação para a vigência dos contratos
temporários.
Peso eleitoral
Feldman chama a atenção para o fato de que os atuais contratos, com o prazo em vigor, venceriam em 2016, dois anos depois das eleições presidenciais, o que poderia gerar pressão para novas prorrogações, acredita.
Ele observa que, somados, os beneficiários diretos da EBSERH e seus
familiares podem chegar a 300 mil eleitores. “Terá a prorrogação um
notável valor político-eleitoral”, destaca o parlamentar.
A proposta também deixa explícita que a contratação de pessoal
técnico e administrativo para cumprir contratos com instituições
federais de ensino tem prazo igualmente limitado a dois anos. De acordo
com Feldman, “o texto dúbio vigente permite a interpretação em sentido
que pode significar a perpetuação das contratações temporárias sem
concurso público”.
O projeto deixa claro ainda que as contratações por tempo
determinado, realizadas pela EBSERH, somente poderão ocorrer em
situações excepcionais ou de urgência e deverão ser justificadas.
Direitos
Ainda conforme o texto, a transferência de bens e direitos de instituições públicas federais de ensino para a EBSERH, para a execução de contratos, somente poderão ocorrer se esses recursos não se exaurirem durante o trabalho.
Com relação ao ressarcimento de eventuais gastos da empresa com o
tratamento de clientes de planos privados de saúde pelas operadoras dos
planos, o projeto deixa claro que, nesse caso, não haverá pagamento
pelos serviços por parte do SUS.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Newton Araújo
Edição – Newton Araújo
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