Produtores rurais e ambientalistas querem
participar do processo de regulamentação do Programa de Regularização
Ambiental (PRA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR), mecanismos
previstos no novo Código Florestal (Lei 12.651/12).
A Frente Parlamentar da
Agropecuária propôs a criação de um grupo de trabalho interministerial
para acompanhar a regulamentação e a implementação da nova lei. Nesta
semana, representantes dos ruralistas e dos ambientalistas estiveram com
a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para tratar do assunto.
O Cadastro Ambiental Rural vai ajudar no processo de regularização
ambiental das propriedades rurais, no planejamento da propriedade e na
recuperação das áreas degradadas.
O CAR terá informações sobre as áreas
de preservação permanente (APPs), de reserva legal e remanescentes de vegetação nativa.
O cadastro já vem sendo implantado no Brasil desde 2008, em estados
como Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Acre. Com o decreto
que regulamentou o novo Código Florestal, estados que ainda não possuem
cadastro terão que criá-lo e todos serão integrados.
A inscrição da propriedade rural no CAR é condição obrigatória para a
adesão do produtor ao Programa de Regularização Ambiental. O PRA será
instituído pelo governo federal e vai regulamentar a permissão para que
os produtores possam converter as multas ambientais em investimentos no
reflorestamento de suas reservas legais e APPs.
O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Homero Pereira (PSD-MT), afirma que entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira do Agronegócio precisam participar do processo de regulamentação do novo Código Florestal.
Dessa forma, de acordo com Homero Pereira, vai ser
produzida uma regra que os produtores rurais consigam cumprir.
Segundo o deputado, o governo já reconheceu que vai rever a
necessidade de georreferenciamento na etapa inicial do Cadastro
Ambiental Rural. “O georreferenciamento não é um problema ambiental, é
um problema fundiário. E o governo colocou o georreferenciamento como
pré-condição para fazer o cadastro ambiental.”
O presidente da Frente Parlamentar Ambientalista e líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), defende a participação de representantes do setor ambiental no grupo de trabalho que vai discutir a regulamentação do Código Florestal.
"É evidente que deve ter uma presença muito forte da área ambiental,
qualquer que seja esse grupo ou eventual grupo a ser criado. Porque esse
é um Código Florestal, não é um código rural, não é um código do
produtor. Então, qualquer que seja a participação de grupos de trabalho,
eles têm que ter representantes do setor ambiental."
A ministra do Meio Ambiente já anunciou que os regulamentos
necessários ao novo Código Florestal serão editados em novo decreto
presidencial.
Reportagem – Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Pierre Triboli
Edição – Pierre Triboli
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