Comissão especial discutirá com representantes de 12 construtoras o
cumprimento do cronograma que agora prevê o fim da transposição de
águas em 2015, três anos depois do prazo fixado inicialmente.
A comissão especial externa que acompanha as obras da transposição de
águas do Rio São Francisco receberá na terça-feira, em audiência
pública, representantes de 12 empreiteiras contratadas para realizar os
serviços. Na reunião, a partir das 15h, os senadores devem indagar os
convidados sobre os motivos do atraso das obras, agora com fim previsto
para 2015, ultrapassando em três anos o prazo fixado no cronograma
inicial.
O novo prazo foi confirmado pelo ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra, durante audiência que a comissão realizou em novembro
passado. No mesmo dia, técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU)
alertaram que essa meta pode ser alcançada, mas depende de melhoria na
gestão dos contratos por parte do ministério e de reforço na supervisão
das obras.
A comissão especial foi criada em novembro, pouco depois da
divulgação de relatório do TCU apontando problemas. Até então, apenas
43% das obras haviam sido concluídas. Dos nove lotes, quatro se
encontravam paralisados. Nesses, as empresas alegaram impossibilidade de
cumprir os contratos porque os custos ultrapassaram os valores
previstos.
O relator da comissão especial, Humberto Costa (PT-PE), deve apontar
no documento final soluções que permitam acelerar o cronograma. Vital do
Rêgo (PMDB-PB) preside o colegiado que, em março, deve vistoriar
trechos das obras.
A integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do
Nordeste visa levar água a municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e
Rio Grande do Norte. O projeto inclui a construção de 700 quilômetros de
canais e de adutoras. Está orçado atualmente em R$ 8,2 bilhões, ante um
custo inicial estimado em R$ 4,8 bilhões.
O projeto foi iniciado em 2007, durante o governo Lula, e consta da
lista de prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Jornal do Senado
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