O Psol protocolou nesta quinta-feira um pedido para que aCorregedoria Parlamentar da Câmara dos Deputados investigue o 1º vice-presidente da Casa, deputado André Vargas (PT-PR), pelo uso de um avião oferecido pelo doleiro Alberto Youssef, e por denúncias de que teria mediado interesses de Youssef junto ao Ministério da Saúde.
Alberto Youssef foi preso no dia 17 de março na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo operações no mercado de câmbio.
“Os fatos recentes envolvendo o vice-presidente da Casa merecem detalhada apuração, em nome da transparência e da imagem pública do Parlamento”, diz o documento encaminhado ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
Não se trata de uma representação contra o parlamentar, mas de um pedido para que a Mesa Diretora solicite à Corregedoria a apuração do caso. “Oficiamos para que a Mesa se pronuncie e peça para que a corregedoria investigue a fundo e tome as medidas necessárias para reprimir este tipo de conduta”, diz o ofício do Psol.
“Imprudente”
André Vargas não quis comentar o pedido do Psol. Na noite de ontem ele subiu à tribuna para se defender e reconheceu que não pagou pelo combustível da aeronave que levou ele e a família para João Pessoa no ano passado.
"Fui imprudente, deveria ter feito um contrato. Peço desculpas por ter exposto a minha família", afirmou. Ele disse que não teve como viabilizar depois o pagamento do combustível porque só descobriu que a aeronave tinha sido alugada por meio das informações divulgadas pela mídia.
Esquema
Ele também negou que tenha intercedido a favor do laboratório Labogen Química Fina e Biotecnologia no Ministério da Saúde. A Labogen é uma das empresas do esquema do doleiro.
"Fui procurado por empresário da minha cidade, que havia apresentado uma possibilidade de parceria com o Ministério da Saúde, e o orientei na forma da lei sobre o que tinha conhecimento no dia-a-dia. Nunca estive no Ministério da Saúde para tratar desse processo", explicou.
Vargas criticou o fato de ter virado alvo da imprensa mesmo sem ter relação com a operação Lava Jato. "Um processo de R$ 10 bilhões, que envolve o doleiro, e estamos discutindo apenas duas coisas: o avião e a Labogen", condenou.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Newton Araújo
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