Na
era petista, saúde passou a ocupar topo das preocupações dos
brasileiros. Das promessas de Dilma quase nada foi feito e o que era
bom, como o PSF, foi abandonado.
Ainda
assim, a presidente foi condescendente com o que ela e seu partido
fizeram ao longo destes últimos 12 anos para cuidar dos serviços
oferecidos pelo poder público à população. Foi quase nada. Na realidade,
a situação da saúde está muito distante do razoável. Está péssima.Em
meio a seus típicos rompantes de prepotência e agressividade, Dilma
Rousseff teve um raro momento de sinceridade durante a entrevista que
concedeu ao Jornal Nacional anteontem. Foi quando reconheceu, ainda que muito a contragosto, que a saúde brasileira não é “minimamente razoável”.
Atualmente, 57% dos brasileiros veem a saúde como tema prioritário da agenda nacional, segundo pesquisa divulgada
ontem pelo Conselho Federal de Medicina. Nem sempre foi assim: quando a
gestão petista começou, em 2003, apenas 6% tinham a mesma preocupação.
Sinal de que os anos recentes foram de franca deterioração.
A
reprovação à qualidade dos serviços é ampla, geral e irrestrita.
Segundo a mesma pesquisa, 93% dos brasileiros desaprovam os serviços de
saúde, tanto públicos, quanto privados, oferecidos no Brasil. Para cerca
de 60%, eles são ruins ou péssimos.
A
tão acachapantes constatações, a candidata-presidente retruca dizendo
que seu governo agiu e implantou o Mais Médicos. “50 milhões de
brasileiros não tinham atendimento médico, hoje têm”, disse ela ao
telejornal da TV Globo.
A
partir do que Dilma afirmou na entrevista, duas constatações se impõem:
1) até um ano atrás, ou seja, ao longo de 11 anos, o PT nada fez para
enfrentar o problema e, 2) um programa que tem prazo de validade é
tomado como se solução definitiva fosse.
A
realidade é que o Mais Médicos foi convenientemente sacado da algibeira
da alquimia petista para fornecer bom discurso em época de campanha
eleitoral. Seus resultados continuam sendo uma incógnita, apesar de o
governo sustentar que resolveu a vida de dezenas de milhões de
brasileiros num passe de mágica.
Se
o programa é incerto, é absolutamente evidente e demonstrável que o que
Dilma prometeu na campanha de 2010 para melhorar a saúde dos cidadãos
passou longe, muito longe, de se tornar realidade.
Apenas
para ficar nos mais emblemáticos, eram 500 UPAs (Unidades de
Pronto-Atendimento) e 6.800 UBSs (Unidades Básicas de Saúde). E o que
foi feito? 23 UPAs e 2.057 UBSs, segundo o mais recente balanço do PAC. Será que Dilma espera ter mandados infinitos para cumprir suas promessas?
O
SUS vinha estruturando uma belíssima estratégia para cuidar de maneira
continuada da atenção básica aos brasileiros: o Saúde da Família. Mas o
PT preferiu deixá-lo na geladeira e segurar sua expansão. Hoje sua
cobertura limita-se a pouco mais da metade da população. Não surpreende
que, com os petistas no comando, a saúde tenha ido parar na UTI.
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