O deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), em discurso ontem na Câmara registrou a notícia de que a demanda por defensivos naturais vem crescendo na agricultura brasileira, ainda que de modo tímido, sendo apenas 88 marcas vendidas no País contra os mais de 1.600 agrotóxicos catalogados.
Segundo ele, apesar desses dados, o quadro é animador, já que, em dezoito anos, mais que dobrou a quantidade de pesticida por área plantada; e, apenas em 2013, o mercado consumiu mais de um bilhão de litros de defensivos químicos.
“Numa conjuntura assim tão preocupante, é alvissareiro tomar conhecimento dessa realidade”, afirmou. O deputado citou ainda pesquisa da Embrapa, onde aponta que o mercado doméstico cresce em ritmo mais veloz do que o internacional no que diz respeito aos produtos orgânicos. “Acende-se a luz da esperança!”, comemorou.
Bezerra acrescentou que a agricultura brasileira ainda continua fazendo uso de 20 pesticidas já proibidos nos demais países. Para o deputado, os agricultores sinalizam a busca por maior produtividade; e os consumidores, em busca de alimentos mais saudáveis, impulsionam a engrenagem.
Disse o deputado que, nos dias atuais, o registro de um produto biológico não mais segue os procedimentos exigidos para os químicos, levando menos tempo porque ganha prioridade, mas ainda carecendo de legislação específica, o que encurtaria todo o processo.
“Essa a saída que se apresenta para a agricultura não apenas nacional alcançar mais eficiência e de maneira menos agressiva à natureza, bem como ao homem”, defendeu.
O deputado ressalta que o emprego de defensivos naturais é a solução correta para evitar o desequilíbrio de sistemas biológicos inteiros provocado pelo uso de defensivos químicos.
“Lembremos o que ocorreu no Brasil nos anos 1980, quando o ataque à lagarta da soja com doses maciças de agrotóxicos não só falhou em exterminá-la, mas tornou-a mais resistente e ainda eliminou seus predadores naturais”, lembrou.
Para Bezerra, o Brasil, maior consumidor de agrotóxicos do planeta, precisa ceder espaço ao Brasil que emprega produtos biológicos em suas plantações, visando à preservação do meio ambiente, sem o qual, pela lógica, todo o esforço de produção agrícola se revela absolutamente inócuo.
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