A presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita neste domingo
em uma disputa marcada por reviravoltas e que teve o resultado mais apertado
desde a redemocratização, indicando os desafios que ela terá para unir um
Brasil que se mostrou dividido nas urnas.
A vitória de Dilma, primeira mulher na Presidência da
República, veio principalmente com votos obtidos no Norte e Nordeste, regiões
mais pobres do país e onde programas sociais como o Bolsa Família têm ajudado a
melhorar a vida de dezenas de milhões de pessoas.
A petista, que garantiu ao seu partido o quarto mandato
consecutivo no governo central, terá grandes desafios pela frente, como retomar
o crescimento econômico, controlar mais efetivamente a inflação e reconquistar
a confiança de empresários e investidores.
Presidente Dilma Rousseff, reeleita neste domingo, em evento
de campanha em Porto Alegre. Seu governo precisará também dar respostas à sociedade
sobre a suposta corrupção na Petrobras e que teria o envolvimento de partidos e
políticos da base aliada do governo, que veio à tona durante a campanha e virou
tema de embate, porém sem força para mudar de forma significativa o voto de
eleitores.
Após 98 por cento da apuração, Dilma tinha 51,45 por cento
dos votos válidos, contra 48,55 por cento de Aécio, de acordo com dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Restando 1,87 por cento dos votos a serem
apurados, é impossível matematicamente para o tucano alcançar a petista.
Dilma tinha 53,3 milhões de votos e Aécio aparecia com 50,3
milhões. Ainda faltavam 2,7 milhões de votos a serem apurados.
A última parcial do TSE apontava para um resultado final
agora mais estreito em termos percentuais do que foi a vitória de Fernando
Collor de Mello (PRN) contra o petista Luiz Inácio Lula da Silva em 1989,
quando o primeiro foi eleito com 53,03 por cento dos votos válidos.
A eleição deste ano foi marcada pela imprevisibilidade, com
Dilma tendo visto sua chance de reeleição ameaçada por dois candidatos
diferentes ao longo da campanha, primeiro por Marina Silva (PSB), terceira
colocada na votação de 5 de outubro, e depois por Aécio.
A trágica morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB) em um
acidente aéreo em 13 de agosto alçou sua vice na chapa ao topo da corrida
presidencial. Marina chegou a abrir 10 pontos de vantagem sobre Dilma em
simulação de segundo turno. A ex-senadora e ambientalista, contudo, viu aos
poucos suas intenções de voto cederem, em meio aos ataques de seus adversários.
Aécio teve uma votação no primeiro turno bastante acima do
que apontavam as pesquisas e apareceu numericamente à frente de Dilma nos
primeiros levantamentos do segundo turno, em empate dentro da margem de erro.
Mas logo a presidente voltou a aparecer na frente, o que persistiu até a
véspera da votação deste domingo.
Além de viradas dramáticas, a disputa deste ano ficará
marcada pelos incansáveis ataques entre os principais candidatos e pela
crescente radicalização na polarização PT x PSDB, que domina a corrida
presidencial há 20 anos.
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