Durante dois anos, a BR-163 foi observada pela principal interessada em vencer a concessão. E a conclusão é de que as obras de duplicação são um grande desafio, até mesmo para uma empresa do porte da Odebrecht. Quem garante é o diretor de Operações, Fábio Abritta, que participou, na quinta e sexta-feiras, de cinco mesas redondas realizadas pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados nas cidades de Sorriso, Sinop, Cuiabá, Jaciara e Rondonópolis.
Segundo ele, ao disputar o leilão para a concessão da BR-163 em novembro do ano passado, a Odebrecht levou em consideração a importância da rodovia para o transporte de grãos no País e o grande potencial econômico de Mato Grosso. Agora, a empresa tem a responsabilidade de investir R$ 2,8 bilhões nos primeiros cinco anos nos 850 km (entre Sinop e a divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul). Os primeiros 22 km de duplicação devem ser entregues em abril. A prioridade está sendo dada para o trecho entre Rondonópolis e o terminal de cargas da Ferrovia Vicente Vuolo. Em seguida, a empresa pretende investir pesado na duplicação da Rodovia dos Imigrantes, que corta Cuiabá e Várzea Grande, para só então partir para os demais trechos.
As mesas redondas foram solicitadas pelo deputado federal Wellington Fagundes (PR-MT), com o objetivo de envolver a sociedade na discussão das principais obras a serem executadas. Em Sorriso, por exemplo, a sociedade reivindicou a iluminação dos trechos urbanos da rodovia. Em Sinop, a discussão é sobre a construção de um anel viário, descartado pelo prefeito Juarez Costa (PMDB), que diz ter conversado sobre o assunto com proprietários de indústrias e comércios instalados ao longo dos 40 km de travessia urbana da BR-163.
Em Jaciara e Rondonópolis, os principais questionamentos foram sobre as desapropriações que serão realizadas para a construção de contornos no trecho até Cuiabá. O planejamento feito pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é de que devem ser construídos contornos em Santa Elvira (distrito de Juscimeira), Juscimeira, São Pedro da Cipa, Jaciara e no local onde está o Instituto Federal de Mato Grosso, na serra de São Vicente. "O Dnit contratou uma empresa para fazer a avaliação das áreas que serão desapropriadas", tranquilizou o superintendente em MT, Luiz Antônio Garcia.
Outro questionamento é sobre as nove praças de pedágios que serão instaladas pela concessionária Rota do Oeste (que pertence ao grupo Odebrecht) ao longo dos 850 km. O diretor, Fábio Abritta, garante que a cobrança do pedágio só será feito após vários investimentos ainda a serem feitos. Ele também recebeu a reivindicação da Associação dos Transportadores de Cargas (ATC) para a construção de pontos de descanso e apoio para os caminhoneiros.
"A participação da sociedade é fundamental para definir os rumos da BR-163", disse Wellington ao avaliar os resultados das cinco mesas redondas. Segundo ele, o assunto vem sendo discutido há pelo menos uma década, mas o aprimoramento nos benefícios resultantes das obras devem ser discutido permanentemente.
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