Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Governo de Mato Grosso

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

"ARTIGO : Ainda o pacto social"

Tratamos aqui neste espaço de um pacto entre os atores públicos, privados e institucionais para resolver a questão dramática da insegurança pública atual em Mato Grosso. As penitenciárias mudaram de papel. Já não guardam mais as pessoas inabilitadas para o convívio social. Elas legalizaram o crime através dos telefones celulares e da coação ou cooperação de agentes prisionais e advogados. De dentro das cadeias e dos presídios, bandidos pés-de-chinelo, dominam bandos aqui fora e comandam assaltos, mortes, execuções, extorsões e ameaças, além dos tráficos de drogas e de armas. Isso é o que se chama de crime organizado, mantido sob a tutela do Estado.

Incapaz, ineficiente, preguiçoso e descompromissado, o Estado finge que não vê e tira partido político em busca de prestígio e votos fazendo negócios nas compras de viaturas, de fardas e armamentos, e na contratação de mais policiais. Mas continua tudo igual.

Por que? Perguntaria o leitor. A resposta é óbvia. Porque a segurança pública já não é só uma questão policial. É uma ampla questão social que justifica o pacto citado no começo deste artigo. O pacto passa pelos seguintes protagonistas:

1-  Educação – que não educa e não forma cidadãos

2-  Saúde – que não atende pessoas e marginaliza os necessitados pobres

3- Segurança – que trabalha com velhas práticas, sem a inteligência necessária

4- Presídios – que se tornaram quartéis-generais do crime organizado

5- Judiciário – que lida com papeis de processos envelhecidos e não percebe as pessoas neles envolvidas e, tampouco, a sociedade

6- Legislativo – que não legisla a favor da sociedade e nem se incomoda com a insegurança pública porque ela oferece discursos e votos de combate ao problema

7- Sociedade organizada – que bem poderia instituir mecanismos de cooperação e cobranças. A sociedade é mais sábia do que os poderes e o Estado

8-  Entidades representativas – que poderiam usar a sua força corporativa na formulação de programas competentes e humanitários. Sozinhas ou em parceria entre si e com entidades governamentais

9- Organizações Não-Governamentais – mantidas com recursos públicos e, frequentemente, cartéis de negócios impublicáveis em nome de causas nobres

10-  Sociedade civil – alienada, desinteressada e cobradora com baixo nível de cooperação. Quem sabe, se melhorasse sua posição...?

Desafios explícitos para o próximo governo estadual  que se inicia em janeiro de 2015.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

           

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