Jogadores chorando em campo a incompetência que começou lá muito atrás, nos estádios superfaturados, nas transações vergonhosas dos cartolas, e explodiu nos gramados onde raquítica seleção brasileira fingiu que conhecia o futebol. Saiu como entrou: anêmica!
A eleição dividiu o Brasil em dois. De um lado o governo envergonhado pela gestão desengonçadaa da “presidenta”, e a sede de poder justificando loucuras expressas pelo sempre eterno presidente Lula: “eles não sabem do que somos capazes”, arrematada com uma sentença: “nossa vitória será a nossa vingança”. Ou a ameaça velada dita em roda de amigos que o MST incendiaria e pararia o país, assim como a CUT paralisaria os sindicatos e o serviço público no país.
Este era o clima da eleição. Resultado: 47 a 53%. Inesperado. Perto da derrota. Perto da vitória. Mas o Brasil saiu dividido e mais dividido ficou quando a Petrobras saiu dos seus suspeitos campos de petróleo para o noticiário policial, arrastando o espírito de governo, parlamentar e os cartéis empresariais todos perfurando o caixa da empresa através de diretores corruptos.
Parece, afinal, que 2014 terminará diferente de 2014 e começará esperançoso. Finalmente, a indignação toma corpo e surge um ambiente de enojamento contra a gestão pública no nível imoral em que se encontra. A indústria brasileira definhando, o comércio e os serviços também, e o agronegócio espremido entre todas as contradições da política a da gestão pública federal. Nos estados, poucas diferenças. Mudam os nomes dos problemas, mas eles têm a mesma cara da desfaçatez cínica da vida pública nacional.
Está bem claro que 2015 terminará muito diferente do que começa. Pra melhor, certamente, porque o cinismo parece ter esgotado suas surpresas contra a sociedade do Brasil. Mas a sociedade precisa dizer ao cinismo que existe. Conseguirá?
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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