Deputados criticam prisão de trabalhadores rurais em Itanhangá e cobram agilidade no processo de regularização fundiária
As prisões ocorridas durante a operação “Terra Prometida”, deflagrada na última semana pela Polícia Federal, repercutiram na sessão vespertina dessa terça-feira (02) quando deputados estaduais usaram a Tribuna Legislativa para criticar a prisão de trabalhadores rurais em Itanhangá e cobraram uma ação emergencial do Governo Federal para agilizar os processos de regularização fundiária existentes no INCRA.
Citado no processo que investiga a venda irregular de terras da União, o deputado estadual Dilmar Dal’ Bosco afirmou que seu suposto envolvimento teve como base depoimento de uma única pessoa, que é seu adversário político e que não possui nenhum crédito perante a sociedade de Itanhangá e região.
Na tribuna, o Democrata afirmou que não possui nenhum palmo de terra na região, e desafiou seus denunciantes a provarem todas as acusações, questionando junto a população de Itanhangá se alguém tem conhecimento de alguma propriedade rural em seu nome ou de laranjas na região.
“Requeiro à Secretaria de Serviços Legislativo que sejam cedidas cópias e as notas taquigráficas das audiências que participei em Itanhangá. Sempre que estive naquele município para debater a reforma agrária o fiz de forma oficial, e acredito que o meu trabalho incomodou bastante quem estava agindo de forma errada na região e por isso quis me incriminar. Não compactuo, pelo contrário, refuto qualquer tipo de comercialização de Terras da União”, desabafou Dilmar.
Dal’ Bosco afirmou que, de fato, existem irregularidades no assentamento Itanhangá, assim como em todos os outros P.A.s de Mato Grosso e do Brasil e atribuiu esses problemas a ineficiência e a corrupção existente dentro do INCRA, que, em alguns casos demora mais de 20 anos para expedição dos títulos definitivos e, nesse período, os parceleiros ficam sem acesso a crédito, sem infraestrutura básica e acabam vendendo seus lotes.
Itanhangá é um exemplo da ineficiência do Incra. A cidade foi criada a partir do assentamento, mas com a falta de regularização os trabalhadores rurais, em desespero, tiveram que abrir mão de seus lotes. É crime vender? Crime maior é deixar essas pessoas vivendo em favelas rurais, e permitir que a sede urbana do município passe por um caos social e que não se desenvolva por falta de recurso”, afirmou o deputado democrata.
Na mesma sessão o deputado José Riva criticou a prisão de trabalhadores rurais inocentes, e afirmou que este é o modo de agir da PF, que expõe políticos e empresários muitas vezes sem provas concretas contra eles. Posteriormente, quando as detenções não dão em nada, a honra e a reputação de pessoas de bem já foram irremediavelmente manchadas.
“ Os bandidos verdadeiros, aqueles que fizeram atrocidades em Itanhangá, eles não prenderam, prenderam só trabalhadores. Se tem um culpado por tudo que está acontecendo em Itanhangá é o Incra. Um assentamento com 20 anos, que ainda tem gente sem estrada, sem ponte,sem documento. As pessoas que permanecem lá tem que levar um título, de herói", disse Riva.
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