"Eduardo Botelho se mantém na disputa e cita ‘proposta de democratização’ da Assembleia de MT como convencimento"

Quem imaginava que o deputado estadual eleito Eduardo Botelho (PSB) desistira da disputa da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, após o ‘vazamento’ de gravações obscuras, se enganou. Ele continua na briga e crê contar com o principal atrativo para convencer os colegas: a redução do custeio da máquina, transparência nos atos e, principalmente, a certeza de alternância no poder.
Botelho articula para conquistar o aval do governador José Pedro Taques (PDT) e ser o primeiro secretário numa chapa encabeçada pelo deputado estadual reeleito Emanuel Pinheiro (PR). “Vamos permitir que todos tenham vez e voz. 

E ninguém terá mandato ‘vitalício’, na Mesa Diretora. Cada um exercerá um ano de mandato, sem direito à reeleição na mesma legislatura”, explicou ele, sobre as mudanças no Regimento Interno da Assembleia, em projeto de resolução que há anos tramita no Edifício Dante Martins de Oliveira.
 
“Nossa proposta é de que todos os deputados tenham vez e voz, no parlamento, de forma igualitária, em nossa gestão. Hoje, alguns deputados que são intitulados alto clero têm tudo, enquanto outros não têm praticamente nada. Prometo: em nossa administração, isso vai acabar”, afiançou o deputado socialista, para a reportagem do Olhar Direto.
 
Embora Pedro Taques tenha avisado que vai assistir à disputa de camarote, Botelho conta com o apoio do prefeito Mauro Mendes (PSB), de Cuiabá, para convencer o governador a apoiá-lo. Taques teria se comprometido a conversar com os parlamentares da base aliada, para compor uma “chapa de consenso” entre os 11 eleitos pela coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’.

Todavia, atualmente, o grupo está rachado. Pinheiro e Botelho contariam com 11 parlamentares, enquanto o deputado Guilherme Maluf (PSDB)  com o deputado Mauro Savi (PR) estariam com 13.
 
Eduardo Botelho acredita que ainda é possível haver chapa única, mas não demonstra intenção de recuar. Ele entende que a proposta de  acabar com a reeleição e dar maior transparência às ações e recursos do Poder Legislativo, no ‘frigir dos ovos’, tende a atrair mais deputados estaduais.
 
A eleição da próxima Mesa Diretora acontece no dia 1º de fevereiro de 2015, quando serão eleitos: Presidente, 1º Vice-presidente, 2º Vice-presidente, 1° Secretário, 2º Secretário, 3º Secretário e 4º Secretário.
 
Caso não haja decisão da Justiça Eleitoral que mude o quadro, a base de sustentação do governador Pedro Taques é composta pelos deputados  Eduardo Botelho (PSB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Guilherme Maluf (PSDB), Zeca Viana (PDT), Leonardo Albuquerque (PDT), Max Russi (PSB), Wilson Santos (PSDB), Oscar Bezerra (PSB), Wancley (PV), Coronel Peri Taborelli (PV), Saturnino Masson (PSDB).

Já a oposição a Taques, em tese, conta com os deputados estaduais Mauro Savi (PR), Sebastião Rezende (PR), Baiano Filho (PMDB), Romoaldo Junior (PMDB), Nininho (PR), Emanuel Pinheiro (PR), Gilmar Fabris (DEM), Wagner Ramos (PR), José Domingos Fraga (PSD) Pedro Satélite (PSD), Janaína Riva (PSD), Silvano Amaral (PMDB) e José Carlos do Pátio (Solidariedade).

A tendência é de que pelo menos 16 deputados estaduais, podendo chegar a 20, façam parte da base de sustentação à administração Pedro Taques, no Poder Legislativo de Mato Grosso. 

Ronaldo Pacheco