No último fim de semana o jornal Valor Econômico publicou no caderno dominical “Eu & Fim de Semana”, uma matéria de profundidade com o título “Um mundo de incerteza”. Nela o jornalista Diego Viana faz uma ampla análise dos problemas conjunturais que ameaçam o mundo atual. A tese do artigo é a de que “instabilidade é a marca de um novo tempo econômico e político, em que se expandem complexas interconexões de riscos e de impactos.”
Depois de analisar a situação do bloco da União Européia, especialmente a crise grega que ameaça a chamada zona do euro, o jornalista para numa questão crucial: “em 2015, pela primeira vez, um risco socioambiental chega ao topo dos perigos prováveis”. Eles substituirão os riscos de até então na área financeira e econômica. Os perigos ambientais saem da periferia das questões mundiais e migram para o primeiro plano. Diz o artigo, a partir do relatório elaborado no encontro de Davos, mês passado na Suíça: “...um dos riscos é a falha na adaptação a mudanças climáticas que, associada a erros de planejamento urbano – particularmente graves na América Latina – conduz a crises de abastecimento de água e, em seguida, à falta de alimentos”.
Prossegue: “Esse cenário é capaz de levar à disseminação de doenças infecciosas, resultantes da diminuição dos padrões higiênicos, mas também a um cenário perigoso de migrações involuntárias de massa”. Quer cenário mais cruel? Em seguida um quadro à parte com o título “Riscos para governos e empresas – principais probabilidades nos próximos dez anos”, ele aponta os riscos:
1- Conflitos entre países como conseqüências regionais
2- Eventos climáticos extremos (inundações, tempestades, etc)
3- Deficiência de governança nacional (corrupção, comércio ilícito, crime organizado, impunidade, impasses políticos, etc)
4- Colapso ou crise do Estado (impasses internos como instabilidade política, golpe de Estado, conflitos, etc)
5- Desemprego ou subemprego
6- Catástrofes naturais
7- Deficiência de adaptação a mudanças climáticas (omissão ou ineficiência dos governos na proteção dos seus habitantes)
8- Crises hídricas (redução significativa na qualidade e quantidade de água potável disponível com danos para a saúde humana e para a atividade econômica)
9- Fraude ou roubo de dados
1- Ataques cibernéticos.
Quem imaginaria um mundo desses há 20 anos?
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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