Mensagens de texto revelam que o deputado petista Arlindo Chinaglia (SP) agiu para evitar que Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, fosse convocado para uma CPI na Câmara. A descoberta foi feita pelos investigadores da Lava Jato por meio da análise de conversas no celular do empreiteiro.
Segundo matéria do jornal O Estado de São Paulopublicada nesta sexta-feira (15), Pinheiro, que foi condenado a mais de 16 anos de prisão em agosto do ano passado pela participação em crimes investigados pela Operação Lava Jato, chegou a ser convocado, em outubro de 2013, para prestar um depoimento na Câmara sobre o suposto tráfico humano em obras da OAS no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. No dia 29 daquele mês, o empreiteiro enviou mensagem a um número não identificado em que Chinaglia afirma: “Articulei publicamente com os líderes da base o esvaziamento da reunião que deve acontecer. Se der quórum, não vota hoje ou derrotaremos. Liguei pro Luiz Couto, do PT, e ele me atendeu. (Cândido) Vaccarezza está firme em campo. Vai dar certo”.
No mês seguinte, houve uma conversa por celular entre o deputado do PT e uma pessoa não identificada com o seguinte teor: “Amanhã haverá reunião e votação de requerimentos que estamos acompanhando. O que convoca/convida o presidente da emp não esta pautado. Estaremos marcando. Abs”. Dias depois, o requerimento sobre Léo Pinheiro foi retirado de pauta. Ainda de acordo com o Estadão, Chinaglia confirmou ter conhecido o empreiteiro em um evento na Bahia e que houve sim preocupação pelo fato de uma possível convocação de Pinheiro para depor à CPI.
O envolvimento escuso com Chinaglia não é o único entre o antigo mandatário da OAS e uma importante figura do PT. Outras conversas telefônicas analisadas pelos investigadores da Lava Jato mostram que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, pediu ajuda ao empreiteiro para aprovar um projeto de lei benéfico a sua administração.
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