
Nascia aí o consumo de uma emergente classe média que tirou o Brasil do mundo rural pro mundo urbano. Foi a maior emergência de classe média que o país já experimentou. Dos bens de consumo à casa própria, depois o automóvel (o Fusca, de preferência), e por fim, as viagens de turismo. Era um novo Brasil. E aqueles 10 filhos? Eles ficaram com a tia um tempo, e depois foram entregues à própria sorte, porque a mãe jamais voltaria a ser a “rainha do lar”, de antes. Quando isso aconteceu nos EUA e na Europa durante e depois da segunda guerra mundial (1939-1945), eles resolveram o problema das crianças transformando a escola para período integral.
Porém, o que de fato nos interessa é que a nova classe média nascida do “milagre econômico brasileiro” dos anos 1970, nasceu sob o signo do consumo. Pior: seus filhos herdaram a cultura de forma alienada em relação ao seu futuro destino. De um lado a emergência social e econômica marcada pelo consumo de bens duráveis e semi-duráveis. De outro, pelo abandono da educação familiar pela ausência das mães em casa, e da educação dos filhos pela excelente escola pública de então.
A classe média nascida ali, cresceu sem qualquer compromisso político com a nação. Tão somente com o individualismo que a alienou do país. E se despolitizou! Hoje aquele menino ou menina que tina 10 anos em 1973 tem hoje 43 anos e certamente é pai e avô. A mãe não educou os filhos e tampouco a escola lhe ensinou grande coisa. Percebendo que teria que resguardar o seu futuro, aquela classe média viu na educação o caminho seguro e pôs os filhos na escola particular. A escola pública empobreceu e ficou abandonada, porque os governos não respeitam pobres, o novo público da escola mantida pelos governos. O assunto encerra amanhã.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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