
As obras teriam sido bancadas, segundo depoimentos colhidos pelo Ministério Público Federal, por uma espécie de consórcio informal formado entre as empresas Odebrecht, OAS e Usina São Fernando, todas dirigidas por amigos do petista. A Odebrecht já afirmou que não assumirá o custeio da reforma, o que dificultaria a tese defendida por integrantes do PT. Além disso, dentro do próprio partido, a ideia de que Lula assuma o “presente” recebido ainda divide opiniões.
A naturalização das reformas no sítio já começou a ser usada por algumas importantes figuras próximas ao presidente. O ex-ministro Gilberto Carvalho, por exemplo, chegou a afirmar que seria “a coisa mais normal do mundo” se a empreiteira realmente tiver financiado as obras. Marco Aurélio Carvalho, coordenador do setorial jurídico do PT, seguiu uma linha de pensamento similar: “Se isso de fato for confirmado, não há nenhuma irregularidade. Não houve enriquecimento próprio. Lula nunca se preocupou com isso”, comentou.
Mudança de postura
Antes de ser aconselhado a mudar sua tese de defesa e admitir que ganhou a reforma como presente, Lula vinha negando com veemência que fosse o dono do sítio no interior paulista. Tentando diminuir seu envolvimento com a propriedade, o ex-presidente defendeu por diversas vezes que só usava o imóvel em dias de descanso, mas um levantamento feito pela revista Época mostrou que ele e sua família viajaram 111 vezes para Atibaia somente entre 2012 e 2016.
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