Encerro esta série de quatro artigos com uma sensação de que reerguer o país depois do furacão desses últimos anos seja um projeto nacional bem complexo e difícil, pela falta de hábito da sociedade brasileira em se interessar pelo seu país. Lembro a frase do amigo Luiz Antonio Valle com quem conversei antes de escrever este artigo: “Nos EUA os presidentes da República são simples hóspedes no cargo”. O país seguirá seu projeto permanente.
Na Europa é assim também, ainda mais em países de regime parlamentarista, tem no Congresso, que se renova freqüentemente sem a praga das reeleições como aqui. Renovado, o Congresso funciona uma dinâmica do ir pra frente. No Brasil não se renova para ficarmos estacionados onde as elites políticas querem estacionar os seus interesses.
A falta de um projeto nacional, como disse nos três primeiros artigo a montarem e desmontarem o país à sua vontade passageira. O Brasil tem sido vítima de aventuras e de aventureiros como Jânio Quadros, José Sarney, Fernando Collor de Mello, entre outros. Porém, nesses últimos 13 anos as elites econômica, públicas, políticas e empresariais brasileiras induziram a sociedade a eleger primeiro um sindicalista para presidente da República e depois um poste por ele nomeado para ser o seu sucessor. Aquelas elites queriam mais poder, mais negócios e mais dinheiro. O preço no futuro nunca foi considerado.
Um sindicalista tem todo o direito de se eleger presidente da República. Mas não tem o direito de desconstruir o país sem que na sua eleição tenham sido estabelecidos os limites do projeto de nação. Tanto para ele quanto para qualquer outro presidente.
A lição que fica desse período da esquerda no governo deveria ser o orientador do futuro da nação. É muito grande o país pra ser governado com ideologias particularizadas de partidos, de movimentos ou de interesses. O futuro nos cobrará pesado esses erros através da História! Como corrigir no futuro o passado e o presente: pela educação que construa um projeto de nação. Pra ficar pronto em 30 anos? Melhor do que nada como hoje!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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