Acabamos de passar pelo intenso período de festas – por aquela sensação de férias que se arrasta entre o Ano Novo e o Carnaval – que aumenta o movimento turístico em Chapada dos Guimarães. Para aqueles que vêm e se vão, fica o gostinho de quero mais. Para os quem ficam, a certeza de que a falta de água não era só por causa do movimento intenso dos turistas; e de que, além da praça, é preciso percorrer ainda as ruas sem asfalto e cobertas de barro nesse período de chuva.
Esse cenário não é novidade para pessoas que, como eu, vivenciam essa rotina há anos. Contudo, essa realidade não pode e nem precisa ser a regra do nosso dia-a-dia, apesar de Chapada dos Guimarães viver uma crise política acentuada – reflexo da omissão de gestões passadas.
E é justamente por conhecer essa realidade que sei que a nossa história poderia ser diferente. Em tempo de crise econômica a palavra de ordem é “corte”, mas apesar disso ainda há sim espaço para a palavra “investimento”. Para tanto, é preciso organizar. Parece simples... e é! Basta observar o que diversos municípios Brasil a fora já fizeram.
É por isso que eu, junto com o PV, estamos elaborando um plano de gestão para Chapada dos Guimarães, e defendemos a criação de uma Secretaria de Projetos. Nosso município possui condições favoráveis para acessar uma série de recursos junto ao Governo Federal, recebendo aporte para projetos dos diversos programas disponíveis
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Para que uma cidade seja contemplada com ações do Governo de Mato Grosso ou do Governo Federal é preciso seguir uma série de critérios rigorosos e obedecer às condicionantes técnicas estabelecidas. Isso não se faz sem uma equipe específica e qualificada.
Tanto que uma das primeiras ações do governador Pedro Taques ao assumir o Estado foi a criação da Secretaria Extraordinária de Assuntos Estratégicos. O modelo também já tinha sido adotado na Capital, com a Secretaria de Projetos de Cuiabá, por meio da qual foram captados recursos para obras estruturantes como “Porto Cuiabá” e “Parque das Águas”. A Associação Mato-grossense de Municípios (AMM) também possui um setor específico, demonstrando a importância dessa estrutura.
Quando digo que precisamos arrumar nossa casa, é dessa organização que eu falo. Precisamos de gente capacitada e voltada para os nossos interesses. O tempo de os prefeitos caminharem de pires na mão para Brasília em busca de recursos já passou. Temos sim que pleitear recursos junto aos governos, pois sabemos que nas cidades, justamente onde as pessoas vivem, chega somente a menor parte do dinheiro que pagamos em impostos.
Mas essa caminhada se faz com projetos, com propostas claras e conhecimento. Não basta pedir. Temos direito a esses recursos, ao desenvolvimento, mas para receber, temos que fazer nossa lição de casa.
Odette Trechaud é moradora de Chapada dos Guimarães, presidente do bairro Bom Clima e filiada ao PV.
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