Iniciamos ontem esta série de três artigos abordando a ausência de líderes políticos, empresariais e institucionais brasileiros capazes de trabalharem a construção do projeto do Brasil desde sempre. Porisso tantos altos e baixos na vida do país. Falta um projeto básico: quem é este país, como está e para onde vai? Parece óbvio, mas ao longo do tempo as elites brasileiras confundiram o chamado patrimonialismo, que é o interesse privado, com o interesse público. Sempre saquearam o Brasil pra construir poderosas fortunas e poderosos interesses políticos. Antes, vamos simplificar o conceito de elite, que não é a mesma coisa da baboseira de Lula sobre a “zelite”. Primeiro, as elites são os dirigentes empresariais, públicos, políticos, representantes de instituições, os intelectuais e os partidos políticos.
Eles deveriam pensar pra construir um projeto permanente para o Brasil. As elites brasileiras sempre olharam para o próprio umbigo e levaram o país e a sociedade a reboque dos seus interesses sempre tratados em primeiro lugar. Desde a era PT, de 2003 pra cá, entraram nas elites as centrais sindicais com suas ramificações de milhares de sindicatos.
A dor é que tanto as elites econômicas, como as empresariais, as políticas, parte dos intelectuais e o sindicalismo especializou-se em sangrar os cofres da nação para os seus interesses. Todos com projetos de construção de poder político, de enriquecimento, e de negócios. Exemplo: as empreiteiras líderes do país, construídas a partir dos anos 1970, época do regime militar, são todas, sem exceção, sangradoras do dinheiro público num terrível pacto com os dirigentes políticos e públicos. A pergunta grave é que tipo de país está sobrando desse saque hoje comandado pelo governo e apoiado pelos partidos políticos, pelos políticos, por instituições como o Congresso Nacional e por braços do setor público como Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, fundos estatais de pensão e todas as mais de 300 estatais e as agências reguladoras dos serviços públicos. Todos aliados dentro desse pacto de sangrar os recursos públicos para longe do alcance dos cidadãos que pagam os impostos.
Se as elites fossem cidadãs e patrioticas, financiariam parlamentares para fins patrióticos e não para cúmplices e sócios na roubalheira. Com essa visão de assalto, as elites saqueiam diariamente década após década as riquezas nacionais em favor de empresas, de famílias, de partidos políticos, de políticos donos dos partidos e agora do sindicalismo.
Nessa linha de raciocínio, nunca teremos uma nação com projetos para o futuro. A menos que a educação comece agora a educar. Isso poderá levar duas gerações. Até lá, as “zelite” não farão nada pela nação.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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