Ainda dentro das comemorações dos 150 anos de nascimento de Euclides da Cunha, o deputado Carlos Bezerra, em discurso na Câmara, fez apelo ao Senado para votação e aprovação do projeto de lei, de sua autoria, que propõe inscrever o nome do escritor brasileiro no livro dos heróis da Pátria.
Bezerra apresentou o projeto em 2009 (PL-6.421), que tramita no Senado com o número 205/15. Destaca Bezerra a “personalidade destacada de Euclides na história do pensamento e das letras nacionais.”
Euclides da Cunha nasceu em 20 de janeiro de 1866 e foi morto em 15 de agosto de 1909. Teve, uma existência breve, conturbada por problemas pessoais, mas foi uma vida muito produtiva. Para o jornal O Estado de S. Paulo, cobriu, entre outros eventos, a Guerra de Canudos, que serviu de matéria prima para a obra Os Sertões.
Lembrou Bezerra que, para a confecção de Os Sertões, Euclides da Cunha abandonou ideias preconcebidas e empenhou-se no exame minucioso da terra fustigada por condições inclementes, do homem esquecido pelo Brasil dito civilizado e da luta que foi considerada o resultado inevitável do choque entre dois mundos contrastantes.
Durante o processo de criação artística, ele acabou superando a si mesmo. Ultrapassou as limitações de sua formação acadêmica e profissional, bem como as convenções e dogmatismos de sua época, para encontrar a expressão justa que lhe permitisse traduzir a realidade aterradora observada em Canudos, em pleno alvorecer do século XX e da República.
“Em um país tão carente de educação como o nosso, é imprescindível elevar à categoria de heróis da Pátria não apenas os que empunharam armas para defendê-la, mas também aqueles que, como Euclides da Cunha, travaram suas batalhas no campo das ideias, munidos da força de suas palavras.”, afirmou Bezerra.
Arlindo Teixeira Jr.
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