Correspondências e fotos indicam relação muito próxima entre o papa e filósofa americana durante mais de três décadas, segundo a BBC. Pontífice teria descrito a amiga como "um presente de Deus".
O pontífice – morto em 2005 e, na época, ainda cardeal Karol Wojtyla – conheceu a filósofa polaco-americana Anna-Teresa Tymieniecka em 1973, quando ela lhe escreveu sobre um livro de filosofia de autoria dele. Ela, então com 50 anos, teria viajado dos Estados Unidos à Polônia para discutir a obra.
"Acredito que, num estágio inicial do relacionamento, provavelmente no verão de 1975, Anna-Teresa Tymieniecka disse a Karol Wojtyla que ela estava apaixonada por ele", escreveu Ed Stourton, autor de uma reportagem televisiva sobre as correspondências, a ser exibida esta segunda-feira pela BBC.
O jornalista chegou à hipótese após analisar uma série de cartas do papa e fotografias vendidas por Tymieniecka à Biblioteca Nacional da Polônia em 2008 e que nunca teriam sido mostradas ao público.
Numa das cartas, de 1976, o papa teria escrito: "Minha querida Teresa, recebi todas as três cartas. Você escreve sobre estar dilacerada, mas eu não consegui encontrar uma resposta para essas palavras." Ele a descreve como um "presente de Deus".
A BBC diz não ter tido acesso às cartas de Tymieniecka, que morreu em 2014. Acredita-se que cópias dos escritos tenham sido incluídas no arquivo vendido à Biblioteca Nacional polonesa, que não teria confirmado esse fato.
As cartas do religioso revelariam que ele presenteou a amiga com um escapulário. Além disso, ele teria escrito à filósofa após ser eleito papa, afirmando pretender manter o contato. Ele disse não querer que "a troca de ideias, que sempre acreditei ser tão criativa e frutífera", fosse interrompida.
Os dois, então, acabaram cortando relações por causa de um livro que estavam escrevendo juntos, fazendo as pazes mais tarde e permanecendo amigos até o fim da vida dele.
Fotos, que nunca haviam sido divulgadas, mostram Tymieniecka e Wojtyla em passeios no campo, esquiando nas montanhas, num acampamento em grupo e numa visita dela ao Vaticano.
A BBC afirma não ter conseguido confirmar se o Vaticano teve acesso às correspondências entre os dois. Segundo a emissora, a Biblioteca Nacional da Polônia afirmou que a amizade foi "uma entre muitas amizades calorosas" que o papa manteve durante a vida.
LP/dpa/afp/ots
DW.COM
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