Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

"Cunha: descumprimento de acordo impediu votações nesta quinta-feira"

Presidente marca nova sessão do Plenário da Câmara para a terça-feira (1), às 13h55, com projeto sobre dívidas de estados na pauta.
Alex Ferreira
Presidente da Câmara, dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concede entrevista
Eduardo Cunha: atraso de processo no Conselho de Ética é provocado por desobediência ao Regimento Interno
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que o Plenário da Casa encerrou a sessão desta quinta-feira (25) sem conseguir votar nenhuma proposta devido ao descumprimento de um acordo por parte do líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE). Em entrevista coletiva no Salão Verde, Cunha também falou sobre as votações da próxima semana e comentou processos relativos a ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Cunha não culpou o governo, mas disse que se o líder José Guimarães tivesse aceitado votar o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 315/16, conforme havia sido combinado, a Medida Provisória 694/15 teria sido aprovada com muita facilidade e sem obstrução. O PDC 315/16 susta a atual regra de cálculo das dívidas de estados e municípios com a União. Já a MP 694/15 faz parte do pacote do Executivo para aumentar a arrecadação tributária. "Ele descumpriu um acordo público e privado. Esse é o ponto", disse Cunha.

O presidente da Câmara lembrou que a MP perderá a eficácia no próximo dia 8 e que o Senado exige pelo menos sete dias de prazo para apreciar cada MP. Por isso, segundo ele, é possível que essa e outras medidas provisórias deixem de ter efeitos legais.
Acordo mais amplo
José Guimarães, por sua vez, argumentou que seria mais grave aprovar o PDC 315/16 sem uma negociação prévia do que deixar de votar a MP 694/15 nesta quinta-feira. “O PDC tem impacto de cerca de R$ 300 bilhões. Se fosse votado hoje na Câmara, interditaria o diálogo que está sendo construído com os governadores e o Ministério da Fazenda. Estamos prestes a fazer um grande acordo nacional, que também envolve rolagem de dívidas e questões ligadas a exportações. Houve pedido de adiamento também por parte do Conselho dos Secretários de Fazenda dos Estados. É um item da pauta bomba e é preciso haver acordo prévio”, disse Guimarães.

O deputado Esperidião Amin (PP-SC), autor do PDC 315/16, avalia que a taxa aplicada hoje ao cálculo das dívidas dos estados é alta demais e inviabiliza os pagamentos. De acordo com José Guimarães, na próxima semana será possível votar um texto negociado do PDC e também as MPs de interesse do governo, sem perda de eficácia.
Cunha informou que o Plenário da Câmara terá sessão extra às 13h55 da terça-feira (1), com a análise do PDC sobre as dívidas dos estados como único item da pauta. Em sessões seguintes no mesmo dia, poderão ser votadas as MPs 694/15 e 693/15, que concede benefícios fiscais para as distribuidoras de energia elétrica durante as Olimpíadas de 2016.
Conselho de Ética
Questionado pelos repórteres sobre o adiamento, por mais uma semana, da votação da admissibilidade da representação contra ele no Conselho de Ética, Eduardo Cunha voltou a negar manobras e atribuiu o atraso a erros na condução do processo e ao que considera desobediência do Regimento Interno por parte do presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA).

Cunha advertiu que a sua defesa fará um novo pedido de nulidade dos atos de Araújo se ele participar das votações do Conselho. O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, já entrou commandado de segurança no STF para que Araújo responda questão de ordem apresentada pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), que coloca em dúvida a isenção do presidente do Conselho na condução dos trabalhos. Nobre e Cunha argumentam que o processo não pode prosseguir enquanto essa questão não for resolvida.
"Não é tirar o presidente. Arguiu-se a suspeição dele pela conduta, mas ele [o próprio Araújo] não julgou essa suspeição. Na hora em que se arguiu a suspeição dele, ele tinha que designar um relator, colocar em votação no plenário do conselho. É o que ele deveria ter feito, mas não fez. Se ele tomar parte no processo decisório depois que for julgada a suspeição, vai ensejar outra nulidade. Então, estou me antecipando justamente para que seja mais rápido", explicou Eduardo Cunha.
Supremo
A pedido dos jornalistas, Cunha também comentou a reunião em que o STF decidirá, na quarta-feira (2), se ele será ou não réu em ação proposta pela Procuradoria-Geral da República. Cunha lembrou que já chegou a ser réu em ação no Supremo em 2013, mas acabou sendo absolvido por unanimidade. Ele reafirmou que se sente em condições de continuar presidindo a Câmara.

Cunha confirmou para a próxima semana a definição dos detalhes da composição das 23 comissões permanentes da Casa, já que todas as bancadas concluíram a indicação dos seus líderes. Faltava eleger o novo líder do PP, o que aconteceu na quarta-feira (24), quando o partido escolheu o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB) para conduzir a bancada em 2016.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – João Pitella Junior

Nenhum comentário:

Postar um comentário