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sábado, 13 de fevereiro de 2016

"Patriarca Cirilo: amigo de Putin e inclinado ao luxo"

Relógios suíços, carros alemães e um palácio no Mar Negro. Com estilo de vida extravagante e relação próxima com o presidente russo, líder da Igreja Ortodoxa é figura controversa no próprio país.
Sua voz ecoa de forma tão marcante quanto as suas declarações: uniões homo afetivas levam ao Juízo Final, bombas russas na Síria trazem paz e felicidade. O patriarca Cirilo 1° não hesita em dar palpite nos atuais acontecimentos mundiais. E ele tem dostup k telu – como os russos chamam uma grande proximidade com a liderança estatal – com o presidente Vladimir Putin.

Não é de admirar que a Igreja e o Estado, o patriarca e o presidente, rejam lado a lado o Estado e seus cidadãos. Apesar da separação oficial do Estado, a Igreja Ortodoxa russa goza do status de religião oficial.
Para muitos fiéis ortodoxos russos, o seu líder religioso é um homem de muitas contradições. Assim como Putin, ele vivenciou diversas metamorfoses ao longo do tempo, e ambos marcam a imagem da Rússia moderna.
Cirilo e Putin marcam imagem da Rússia moderna
O patriarca e o presidente vêm de São Petersburgo, antes Leningrado. Na década de 1970, Putin conheceu ali o serviço secreto KGB. Cirilo 1° – na época ainda como o seminarista Vladimir Gundyaev – se aproximou da ortodoxia russa. Logo ele fez carreira, tanto secular quanto eclesiástica, e tornou-se reitor do Seminário de Leningrado. Aos 31 anos, foi nomeado arcebispo.
Simpatia pelo catolicismo
Nessa época, Cirilo 1° aprofundou sua relação com o principal sacerdote da região de Leningrado, o metropolita Nikodim. Cirilo 1° foi seu secretário particular e admirava o metropolita, que, por sua vez, nutria uma simpatia aberta pelo catolicismo, contemplava os papas e, como primeiro padre russo, orou junto a católicos. Até hoje, Nikodim é considerado o maior defensor de uma ideia que muitos ortodoxos russos não conseguem acreditar: a unificação da Igreja Ortodoxa Russa com a Igreja Católica Romana. E foi esse mesmo Nikodim que exerceu grande influência sobre o atual patriarca Cirilo 1°.
Encontro entre Cirilo e o papa Bento 16, em 2005
Em sua juventude, o próprio Cirilo 1° esteve com o papa várias vezes. A última delas foi em dezembro de 2007, um ano antes de ser nomeado patriarca. Na época, Bento 16 era o líder religioso dos católicos, e a TV russa transmitiu uma reportagem em que o pontífice dava a bênção aos russos e, em resposta, Cirilo 1° beijava a mão do papa. Isso foi considerado um sinal de reconhecimento do status especial do Santo Padre, como o sacerdote de todos os sacerdotes.
O atual patriarca não compartilha o ponto de vista de que os católicos são hereges – uma opinião bastante difundida na Igreja Russa. Para ele, a proibição de uma oração ecumênica decretada pela igreja não se aplica a católicos, mas sim a dissidentes ortodoxos. Isso já foi repetido diversas vezes por ele no programa russo de TV A palavra do sacerdote.
Assim, é possível supor que uma nuvem de simpatia ou talvez até mesmo uma admiração pelo papa Francisco irá pairar sobre o aeroporto de Havana, quando o Santo Padre se encontrar como o patriarca. O mesmo vale para o planejado encontro entre o papa e o presidente Putin, também em Havana. Putin nunca fez segredo de seu fascínio pelo papa argentino.
Relógio por 30 mil euros
Na Rússia, o encontro na capital cubana já ocupa as manchetes da mídia, mas na realidade deve interessar a poucos – ao contrário dos escândalos associados ao estilo de vida supostamente escandaloso de Cirilo 1° e sua habilidade para negócios, supostamente nem sempre legais.
Simplicidade de Francisco se opõe a suposto estilo de vida luxuoso de Cirilo
Por vezes, usuários descobrem uma foto na internet na qual o patriarca aparece usando um relógio suíço da marca Breguet, que custa 30 mil euros. Outras vezes, aparecem rumores sobre os palácios de Cirilo 1° em Pizunda, no sul da Rússia, e sua mansão na Suíça.
Consta que, para distâncias mais curtas, o patriarca usa um Mercedes-Benz Classe S blindado e, para distâncias mais longas, seu jato particular.
Na década de 1990, o nome do atual líder dos ortodoxos russos apareceu em várias reportagens jornalísticas sobre empresas comerciais duvidosas da Igreja Ortodoxa do país. As acusações de negócios ilegais são frequentes, também contra o seu conterrâneo da época de Leningrado, o presidente russo Putin.
Até agora, nada foi comprovado. Mas "não há fumaça sem fogo", dizem os russos. E dada a crise econômica e a ameaça de um empobrecimento do país, os rumores sobre a alegada vida luxuosa de Cirilo 1° são devastadores para a sua imagem. Nesse contexto, ele se encontra em Havana com um Francisco católico que é totalmente o oposto.
DW.COM

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