“Direito fundamental de que dispõe a nossa Constituição, o saneamento básico, se assim podemos afirmar, é, sem dúvida alguma o pai da saúde pública. E o Brasil, infelizmente, é carente de investimentos nesse setor essencial”. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 15, pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT), durante a sessão solene do Congresso Nacional em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2016.
Líder do Partido na República no Senado, Wellington defendeu a universalização do saneamento básico. Ele destacou, por exemplo, dados que mostram um baixo nível de saneamento nas comunidades rurais. Hoje, apenas 42% das moradias do campo dispõem de água canalizada para uso doméstico. Outros 58% usam água de outras fontes, porém, sem nenhum tipo de tratamento.
“Os centros urbanos sem saneamento é, seguramente, um retrato mal-acabado de uma sociedade que adoece dia após dia. Todavia, me preocupa dizer que no campo, no meio rural brasileiro, a situação é ainda mais preocupante” – acrescentou, ao destacar que o problema do saneamento básico no Brasil é reconhecido por todos os governantes.
A campanha deste ano tem como tema "Casa comum, nossa responsabilidade". A exemplo de anos anteriores, a Campanha da Fraternidade é promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em conjunto com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), da qual fazem parte, além da Igreja Católica, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Presbiteriana Unida e a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.
Autor do requerimento da sessão, o senador Cristóvam Buarque lamentou a facilidade com que doenças se disseminam no Brasil em razão da falta de saneamento básico. De acordo com o senador, o país tem colocado, historicamente, a questão do saneamento em segundo plano. “É óbvio que o Brasil teria calamidades por conta do problema do saneamento. É positivo e alvissareiro que a CNBB tenha escolhido o tema para a campanha” — disse Cristóvam.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, lamentou as dificuldades enfrentadas e lembrou que elas têm facilitado a propagação de doenças como dengue, zika e Chikungunya. Para ele, a campanha vai ajudar a sensibilizar a população e autoridades.
Durante a solenidade, o presidente da CNBB, Dom Sérgio da Rocha lembrou as palavras do papa Francisco. O pontífice escreveu em mensagem por ocasião da abertura oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 que “o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental”.
Da Assessoria
FOTO: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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