Mais uma delação premiada na Operação Lava Jato promete movimentar o cenário político do país, a do ex-deputado, e ex-presidente do PP, Pedro Corrêa. Segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase da operação, a Aletheia, sabia da existência do Petrolão e da função exercida no esquema pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
As informações são de reportagem publicada nesta sexta-feira (04/03) no portal da revista Época. Preso na Lava Jato há quase um ano, Pedro Corrêa era o responsável por garantir o apoio de seu partido ao governo petista. Em troca, recebia propinas geradas a partir de contratos fechados na diretoria de abastecimento da Petrobras, comandada pelo delator Paulo Roberto Costa.
O ex-deputado teria narrado à Polícia Federal diversos episódios em que o personagem principal é o ex-presidente Lula. Em um deles, ele relatou o que seria uma interferência direta do petista na Petrobras: a ajuda para que Marcos Valério e um empresário conseguissem fechar uma operação de compra e venda de petróleo que geraria um alto lucro.
Na delação, Corrêa teria dito ainda que o esquema do “Petrolão e o Mensalão são a mesma coisa”. Ele contou que, em meados de 2004, a Dinamo Distribuidora de Petróleo depositou R$ 1,7 milhão na conta bancária da 2S Participações, do operador Marcos Valério. A explicação dada pela empresa foi a compra de títulos da Eletrobras para quitar dívidas tributárias com o governo federal. Mas, segundo Corrêa, o valor de R$ 1,7 milhão era na verdade a devolução a Marcos Valério de um adiantamento de propina paga no mensalão. Em troca, a Dinamo faturaria um contrato com a Petrobras.
Segundo a reportagem da Época, o grupo de trabalho dos procuradores da Lava Jato, em Brasília, gastou quase seis meses para chegar a uma resolução de acordo final, devido ao volume de informações apresentadas. Nos próximos dias, a delação deverá ser, enfim, assinada.
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