
Hoje é fácil ver que o governo do Paraná fez a coisa certa ao propor um duro ajuste fiscal dois anos atrás e que a Assembleia acertou na mosca ao aprová-lo. Mas não era o que parecia para muitos em 2015. O governo Dilma mentia ao país. Garantia que tudo corria às mil maravilhas. O Sindicato dos Professores, ligado ao PT, promoveu uma oposição selvagem ao ajuste do Paraná, inclusive com direito a uma batalha campal contra a PM no Centro Cívico de Curitiba. A PM havia sido mobilizada, por determinação judicial, para garantir que a Assembleia não fosse invadida pelos manifestantes.
A cobertura da mídia com relação ao episódio foi pouco equilibrada. Parecia que o governo queria o ajuste por pura perversidade. Professores do Paraná, que recebem os melhores salários do país, foram apresentados como espoliados e vítimas de uma truculência insana. Beto Richa virou vilão nacional. Os deputados que apoiaram o ajuste foram perseguidos e achincalhados. Tratados como bandidos. Petistas fizeram plantões em frente as suas casas.
Dois anos depois fica claro quem tinha razão. Enquanto o Paraná paga em dia seu funcionalismo, deu aumento, e está pagando progressões de carreira aos professores, estados como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ainda não pagaram o décimo-terceiro e parcelam os salários dos servidores.
O ajuste fiscal teve um preço político altíssimo, mas, hoje, é muito difícil alguém ter coragem de dizer que ele não era necessário. A oposição transformou o ajuste em uma guerra. E a primeira vítima da guerra, como se sabe, é a verdade. Mas a verdade acabou prevalecendo.
Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e presidente do PSDB do Paraná
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