
Campanha fracassada?
No entanto, a campanha saldou-se num fracasso: pouco mais de vinte raparigas foram libertadas e, segundo a jornalista e escritora nigeriana, Adaobi Mwaubani, essas jovens não estão realmente livres. "Elas tornaram-se muito célebres para realmente estarem livres”, afirma.

A lista com os nomes das raparigas raptadas foi publicada. No entanto, analisando a realidade três anos após o rapto, Adaobi Mwaubani duvida dos resultados da campanha "Bring Back Our Girls”. No entender desta escritora, "o erro cometido foi termos concentrado a nossa ação somente sobre as jovens estudantes de Chibok quando se sabe que o Boko Haram raptou mais de mil outras pessoas no nordeste da Nigéria”. Adaobi Mwaubani considera que a campanha foi lançada com força e espontaneidade, mas sem muita reflexão sobre o assunto.
Nigerianos pressionam Governo a atuar
Já Hosea Abana, não compreende esta posição de Mwaubani. A sua sobrinha faz parte das reféns ainda nas mãos do Boko Haram. Na esperança de ajudar as raparigas raptadas, ele participa ativamente na campanha "Bring Back Our Girls”, exercendo grandes pressões sobre as autoridades nigerianas, porque teme o futuro das jovens. Hosea Abana critica a atuação do Governo: "parece estar parado em relação a este assunto e por isso exigimos diariamente que algo seja feito. Não vejo o que as autoridades estão a fazer para libertar as nossas raparigas”, lamenta.Maureen Kabruk é responsável pela estratégia da campanha de mobilização. Ela também afirma que as autoridades nigerianas estão paradas há muito tempo. Antes do rapto em Chibok, centenas de jovens raparigas tinham sido raptadas no nordeste do país pelo Boko Haram e nada foi feito. Maureen Kabruk explica que há já pessoas cansadas da situação e a dizer que "já chega”. "É precisamente isso que se passou na altura do rapto das raparigas de Chibok. Já estamos cansadas com estas situações”.
Nos últimos três anos, o exército conseguiu libertar centenas de jovens das mãos do Boko Haram. Os soldados nigerianos também conseguiram libertar algumas regiões que eram controladas pelo grupo, mas os terroristas responderam com vários atentados suicidas.
Apesar dos sucessos do exército nigeriano, os analistas destacam o facto de, até ao momento, não ter sido encontrada uma saída política para solucionar o problema de raiz e impedir qualquer avanço dos islamistas na região.
Amnistia Internacional também já apelou
No passado mês de janeiro, aquando da ocasião dos mil dias passados desde o rapto das 276 alunas nigerianas, a Amnistia Internacional apelou ao Governo da Nigéria para que redobrasse os esforços com vista à libertação das raparigas. Apelou também aos raptores do Boko Haram para que as colocassem em liberdade. A organização não-governamental também elogiou a "determinação e resiliência" do grupo "Bring Back Our Girls" pelo seu trabalho de colocar o problema na "agenda mundial" e pela "pressão" que exerceu no Governo.
Autoria Jens Borchers
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