O resultado da eleição legislativa não tornará mais simples a política federal da Alemanha. A formação de governo será penosa, com uma Angela Merkel debilitada, opina o jornalista Christoph Strack. Em Berlim, o dia seguinte a uma eleição legislativa fora do comum se mostra nublado, úmido, desagradável. Os dias de sol chegaram ao fim. Uma imagem simbólica para os próximos meses? O novo Bundestag (Parlamento alemão), cujos integrantes se reúnem pela primeira vez nesta segunda e terça-feira (25-26/09) será o maior de todos os tempos: 709 deputados de sete partidos, em seis bancadas.
Há, ainda, o fator tempo: em 2005, quando precisou se formar a primeira grande coalizão encabeçada por Merkel, a composição do governo levou 65 dias; a segunda investida, em 2013, precisou de 86 dias. Já nesta segunda-feira, numerosos representantes da economia pressionaram por uma formação de governo veloz, dirigindo-se sobretudo à atual e – segundo os dados atuais – futura chanceler federal.
No entanto, Angela Merkel está debilitada, por mais que, com toda sua experiência, irradiasse tranquilidade em meio à tempestade do resultado eleitoral. Examinadas de perto, as urnas mostraram que a CDU/CSU perdeu os votos dos que se sentem excluídos da sociedade, que temem pelo próprio futuro, que talvez por isso se mostrem tão agressivos na questão dos refugiados. Na grande política, Angela Merkel se reinventou algumas vezes, em seus 12 anos à frente do governo. Em termos de política partidária, isso ficará mais difícil. Seus dias ensolarados chegaram ao fim.
Christoph Strack (av)cp
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