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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

"ONU denuncia possível limpeza étnica em Myanmar"

defaultAlto comissário para Direitos Humanos diz que operação militar contra minoria rohingya é "desproporcional" e fala em possíveis crimes contra a humanidade. Cerca de 270 mil pessoas fugiram para Bangladesh.O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, afirmou nesta segunda-feira (11/09) que pode estar ocorrendo uma limpeza étnica da minoria muçulmana rohingya em Myanmar, além de possíveis crimes contra a humanidade.
"Uma vez que Myanmar impediu o acesso de investigadores de direitos humanos, a situação não pode ser plenamente avaliada, mas aparenta ser um caso clássico de limpeza étnica", afirmou o alto comissário em Genebra, na abertura da 36ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Zeid lembrou que já advertira no ano passado sobre graves violações contra os rohingyas e de ataques "amplos e sistemáticos" a essa comunidade em Myanmar, que "possivelmente equivalem a crimes contra a humanidade". Os rohingyas, que são cerca de 1 milhão de pessoas em Myanmar, são considerados imigrantes ilegais de Bangladesh pelo governo local. As tensões continuavam elevadas nesta segunda-feira, depois de duas semanas de violência que resultaram num êxodo de centenas de milhares de pessoas.
Imigrantes rohingyas em fuga para BangladeshZeid denunciou uma "operação de segurança brutal" de Myanmar contra os rohingyas no estado de Rakhine. Os conflitos começaram em 25 de agosto, quando membros de um grupo insurgente rohingya atacaram instalações do governo em Rakhine, gerando uma resposta brutal dos militares birmaneses. "Essa operação é desproporcional e sem consideração aos princípios básicos do direito internacional", ressaltou o alto comissário. Segundo Zeid, cerca de 270 mil pessoas fugiram para Bangladesh, e várias outras estão ilhadas na fronteira entre os dois países, em meio a relatos de vilarejos incendiados e matanças. "Recebemos inúmeros relatos e imagens de satélite das forças de segurança e milícias locais queimando vilarejos rohingyas, além de testemunhos consistentes de execuções extrajudiciais, incluindo disparos contra civis em fuga", afirmou.
A Nobel da Paz Aung San Suu Kyi foi duramente criticada pelo silêncio durante a crise humanitáriaO alto comissário mencionou relatos de que as autoridades de Myanmar estariam colocando minas terrestres ao longo da fronteira com Bangladesh e exigindo prova de nacionalidade das pessoas que retornam ao país. Zeid lembrou que, desde 1962, a minoria rohingya está perdendo direitos em Myanmar, incluindo direitos de cidadania. "Essa medida se assemelha a uma manobra cínica para transferir à força grandes quantidades de pessoas sem a possibilidade de retorno", disse.Ele pediu às autoridades que "parem de fingir que os rohyngia ateiam fogo a suas próprias casas e arruínam seus próprios vilarejos". "Essa completa negação da realidade traz enormes danos à imagem internacional de um governo que, até recentemente, beneficiava-se de enorme boa vontade." "Peço ao governo que encerre essa operação militar cruel, que aponte os responsáveis por todas as violações que ocorreram e reverta o padrão de discriminação ampla e disseminada da população rohingya", afirmou.
Milhares de Rohingya aguardam na fronteira de Myanmar com BangladeshO governo encabeçado pela vencedora do Nobel da PazAung San Suu Kyivem sendo duramente criticado pelo silêncio mantido durante a crise humanitária em Rakhine. Após um período sem se pronunciar sobre o conflito, Suu Kyi assegurou que o governo protegerá os direitos de todas as pessoas e garantiu que não permitirá o terrorismo. "Claro que nossos recursos não são completos e adequados como gostaríamos, mas estamos tentando fazer o melhor e garantir a todos a proteção da lei", ressaltou Suu Kyi, sem mencionar a fuga em massa da minoria muçulmana. Ela criticou ainda o que chamou de falsas informações em torno da atual crise e culpou terroristas pelo "iceberg de desinformação".
O conflito
Desde o início dos confrontos, o grupo insurgente Exército de Salvação Rohingya de Arakan (Arsa) e as Forças Armadas trocaram acusações sobre violações dos direitos humanos. Ao grupo insurgente também é atribuída a autoria do ataque contra três postos de fronteira em 9 de outubro de 2016, que desencadeou uma violenta operação de represália do Exército. As autoridades de Myanmar alegam que os rebeldes rohingyas querem criar um estado muçulmano autônomo no país de maioria budista. Os membros da etnia muçulmana, com raízes centenárias no país, sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária de 2012, que deixou pelo menos 160 mortos e cerca de 120 mil pessoas confinadas em 67 campos de deslocados. As autoridades de Myanmar classificam os rohingya de "bengaleses", ou seja, cidadãos do país vizinho Bangladesh. Apesar de alguns deles viverem há gerações no país, o governo do Estado majoritariamente budista lhes nega a cidadania plena. Um membro da etnia rohingya que deixar Myanmar é tratado como migrante caso queira voltar.
RC/rtr/afp/efe/cp

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