Com a proposta de recuperação dos espaços públicos e patrimônios históricos, a Prefeitura de Cuiabá está realizando a revitalização das principais praças da Capital. As praças estão recebendo reformas completas e também a restauração arquitetônica, preservando as características históricas daquelas que são consideradas um ‘livro vivo das biografias cuiabanas’. O projeto de revitalização, segundo o prefeito Emanuel Pinheiro, resgata a história de Cuiabá, que completa, em 2019, 300 anos.
Praça Popular – Nascida junto com o primeiro conjunto habitacional da Capital, construído na gestão do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946- 1951), a Praça Popular começou desenhar seu formato atual nos anos 60. Nesta época, auge da Jovem Guarde, a juventude se reunia no local para realizar os ‘bailinhos’. Hoje, com uma dinâmica mais comercial, a região, cercada por bares, restaurantes, entretenimento, se tornou um tradicional local dos encontros noturnos da população cuiabana, fomentando a economia local.
Com essa dimensão histórica e socioeconômica, a praça recentemente foi toda revitalizada. Canteiros, jardins, poda de árvores, recuperação dos bancos, canteiros, quadra, parque infantil e pintura em geral foram alguns dos serviços contemplados na reforma, garantido a organização do Natal da região.
Maria Taquara - O espaço histórico, localizado no cruzamento das Avenidas Tenente Coronel Duarte e Generoso Ponce, é o próximo a passar por melhorias. Com as mesmas propostas das demais praças, o ambiente também será todo revitalizado e entrega à população dentro do cronograma de festividades em alusão aos 299 anos de Cuiabá. “Este é mais um espaço que há muito tempo demanda melhorias. Estamos trabalhando com muita dedicação para que já no próximo mês a equipe de obras inicie as obras na Praça”, observa Stopa. A praça ganhou este nome em homenagem a uma mulher negra, alta, magra e lavadeira, que viveu na Capital entre as décadas de 40 a 50. Maria, de origem nordestina, foi considerada a primeira mulher a usar calça na região cuiabana, lavava roupa às margens de córregos e apesar de ter um barraco para morar, vivia como uma moradora de rua. Criada pelo artista plástico, já falecido, Aroldo Tenuta, a peça está situada na parte baixa da ‘Ladeira Bom Despacho’, e mede 4,20m de altura e pesa 450 quilos. Maria Taquara prestava serviço a um senhor chamado João Balão, dono de um hotel na cidade. Segundo relatos de historiadores, a intenção de fazer uma estátua teria partido desse morador.
Praça da República - Neste pacote de melhorias, com cronograma para o ano de 2018, está a famosa Praça da República. Quem passa por este cenário que é um cartão postal cheio de encantos e história, já escuta as badaladas dos sinos anunciando a missa da tarde, os cantos dos pássaros entre as verdes folhagens das ‘frontosas’ árvores e a molecada desfilando ao anoitecer. Assim é a Praça da República que abriga em seus traços belas narrativas da Cuiabá de quase 300 anos. O espaço, nos primórdios da história, era chamado de ‘Lago da Matriz’ e abrigava, em meio às palmeiras imperais, o pelourinho e a cadeia da Província cuiabana. Era lá também que os portugueses se reuniam para debater política. Vários episódios religiosos, políticos e culturais da história do estado aconteceram no Lago da Matriz. Foi logo após a Proclamação da República, com a chegada dos avanços tecnológicos ao estado e então à cidade começou a ganhar um dinamismo com as melhorias urbanas. Nesse período, Cuiabá vive uma grande reforma, onde a maioria das praças ganham novos ‘chamaris’. E foi nesta divisão de marco que aconteceu a primeira a primeira ‘queda de braço’ entre igreja e os governantes, que dominavam a política da época. De um lado os Bispos brigavam para que o espaço ganhasse o nome de “Praça dos Padres”, do outro os governantes, com suas tropas desbravadoras, se sentiam ‘donos’ das revoluções e não aceitavam as vontades da Arquidiocese. Foi então, que o governador, à época Mário Corrêa, impôs seu poder e o antigo Lago da Matriz passa a se chamar, em 1920, “Praça da República” – conhecida também de “Centro do Poder”. Segundo o poeta Moisés Martins é extremamente visível a importância da Praça da República como um primeiro núcleo de urbanístico de uma cidade altamente colonial e ribeirinha. “Do rio Cuiabá para praça é que surgem as várias situações urbanísticas, a população foi crescendo em volta dessa praça, é a partir dali que a capital se expandiu”, conta Martins. Outros elementos deste cenário, que ajudam a contar nossa história são as esculturas. Para representar um período de "modernidade", nos quatro cantos extremos da praça têm-se esculturas, com traços de anjos, representando as quatro estações do ano. Mais adiante, na parte direita, uma criação do artista Jonas Corrêa, a estátua da justiça, que foi batizada de “manifesto em favor dos pobres e os tratamentos as crianças”. Além dos espaços centrais, a proposta segue para os bairros, com a reforma dos ambientes de lazer dos bairros da Capital. “Entendendo que as melhorias nestes locais impactam diretamente a qualidade de vida da população, o prefeito Emanuel Pinheiro nos pediu dedicação total para os projetos de revitalização. Assim também entendesse que os nossos bairros necessitam desse olhar mais cuidadoso. Isso leva acessibilidade de lazer com qualidade para todos, “ finaliza secretário Stopa.
LUCIANA SOUZA
Tchélo Figueiredo
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