O deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) disse que vai “acompanhar a implementação das ações, avaliar resultados, cobrar por efetividade e torcer, torcer sempre, torcer muito, para que a política adotada dê certo.”, referindo-se ao programa de combate à sífilis que será implementado a partir de 2018 pelo governo federal. Ao todo, serão destinados R$ 200 milhões aos municípios, para reforçar as ações de controle e combate da doença. Esse montante será proveniente de emendas parlamentares. Conforme Bezerra, o ministro da Saúde Ricardo Barros garante que vai dobrar o número de testes realizados por ano, até 2018. Segundo ele, neste ano, já houve aumento da ordem de 35%, na distribuição, em todo o País. Foi anunciada também a compra de três milhões de doses de medicamentos para gestantes e para a população adulta, com o que estima atender um ano de demanda. O tratamento por uso de penicilina está garantido pela produção nacional. Não será mais preciso importar o fármaco, como fez o governo em 2016, emergencialmente, depois de um período, entre 2014 e 2016, em que faltou o antibiótico. Para assegurar a cobertura nacional, o ministro afirma que foram investidos R$ 13,5 milhões, na compra de 2,5 milhões de frascos de penicilina benzantina e 450 mil do tipo cristalina, de uso infantil. A quantidade será suficiente, segundo ele, para abastecer todos os municípios brasileiros, até março de 2019. Em outras linhas de atuação, o Ministério da Saúde pretende investir em uma campanha permanente de prevenção, com prioridade para as cem cidades que apresentam incidência maior da doença, algo como 60% dos casos.
Nova epidemia
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil vive uma nova epidemia. Anúncios recentes sobre o avanço da doença são aterradores: o número de casos cresceu perigosamente, de 68.526, em 2015, para 87.593, em 2016, uma variação a mais de 27,9%. Entre 2014 e 2015, o aumento de pessoas infectadas foi ainda maior – 32,7%. A infecção pode ser transmitida ao feto. A ocorrência em mulheres grávidas teve aumento de 14,7%. É a sua forma congênita, que, nas duas últimas décadas, já ocasionou a morte de 2.100 bebês, mas que pode ser prevenida, pelo acompanhamento pré-natal. Entre 2010 e 2016, os casos de sífilis congênita praticamente triplicaram, no País. Há sete anos, foram contabilizadas 6.946 infecções, enquanto a projeção para este ano é de 17.818 casos. Por muito tempo, a sífilis continuou maldita, sempre associada a comportamentos sexuais condenáveis, restrita a determinados grupos. Atualmente se sabe que não é só uma questão de relações desprotegidas. A obrigatoriedade do registro de casos em adultos está valendo desde 2011.
Arlindo Teixeira Jr.
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