
Após 2016 vimos que os arautos da ética estavam apenas fantasiados enquanto tal tamanha a relação de seus líderes com a corrupção, denunciados pela Procuradoria-Geral da República. O patronato pró-impeachment teve alguns dos seus líderes também regiamente financiados em campanhas pelas maiores empreiteiras do caixa dois. Hoje, na agenda de seus interesses, o boleto que Temer tenta pagar em troca do apoio deles recebido ao golpe, quer mais da riqueza para si, na produção e nas finanças públicas. Por isso ataca as leis trabalhistas, a Previdência atual e os gastos sociais, em nome da sustentabilidade da dívida pública por dentro do PIB. Nosso rumo para sair disso é pela esquerda, num novo projeto, pelas reformas estruturais, pela progressividade da tributação, por mais democracia direta, pela profissionalização do estado e sua capacidade de planejamento e investimento retomados.
A desigualdade e a violência que nos assolam não são obras do acaso, mas da omissão e do descaso de quem se esquiva de enfrentá-las adequadamente. Eis nosso dever cidadão.
Paulo Rubem Santiago é professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e faz atualmente mestrado em Educação. Foi vereador do Recife, deputado estadual e deputado federal (de 2003 a 2014). Criador da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, é filiado atualmente ao Psol.
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