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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

"Papa Francisco contra a ''serpente astuta'' das fake news"

papa_francisco_encontro_jesuitas_colombia_foto_la_civitta_cattolica.jpgUma aula de jornalismo. Não há outra definição para a mensagem que o Papa Francisco escreveu para o Dia Mundial das Comunicações (13 de maio de 2018) e que foi publicada, como de tradição, no dia em que a Igreja recorda São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, o bispo de Genebra que, no início do século XVII, para falar a muitos que não podiam ter acesso à sua pregação, elaborou um sistema para publicar e afixar “manifestos” em lugares públicos, compostos com estilo de grande eficácia. O título da mensagem é o versículo do Evangelho de João “A verdade vos tornará livres”. Mas o subtítulo aplica essa afirmação evangélica à premente atualidade: “Fake news e jornalismo de paz”. Francisco não faz diferença entre fake news espalhadas on-line ou nas mídias tradicionais, começando pelos jornais impressos. Ele também define as fake news com a categoria conceitual mais precisa de “desinformação”, que é muito mais sutil, eficaz e perigosa para a opinião pública do que a pura e simples propaganda: “A referida expressão – escreve Francisco – alude a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, e voltadas a enganar e até a manipular o destinatário”. Trata-se de técnicas aptas a envenenar a opinião pública e “sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros econômicos”. Trata-se, de acordo com Francisco, de um verdadeiro veneno, dado que “a eficácia das fake news deve-se, em primeiro lugar, à sua natureza mimética, ou seja, à capacidade de parecerem plausíveis. Falsas mas verossímeis, tais notícias são capciosas, no sentido de que se mostram hábeis a capturar a atenção dos destinatários, apoiando-se sobre estereótipos e preconceitos generalizados dentro de um certo tecido social, explorando emoções imediatas e fáceis de suscitar como a ansiedade, o desprezo, a ira e a frustração”. E ainda: “A desinformação se baseia muitas vezes sobre discursos variados, deliberadamente evasivos e sutilmente enganosos, valendo-se por vezes de mecanismos refinados”. A desinformação, portanto, segue a “lógica da serpente”, capaz de se camuflar e morder por toda a parte. Tanto que a mensagem do pontífice é acompanhada pela imagem da serpente que tenta Eva no Paraíso terrestre. “Trata-se – escreve o papa – da estratégia utilizada pela serpente – ‘o mais astuto de todos os animais’, como diz o livro do Gênesis (cf. 3, 1-15) – a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira fake news, que levou às trágicas consequências do pecado, concretizadas depois no primeiro fratricídio (cf. Gn 4) e em inúmeras outras formas de mal contra Deus, o próximo, a sociedade e a criação.” “A estratégia desse habilidoso ‘pai da mentira’ (Jo 8, 44) – explica Francisco – é precisamente a mimese, uma rastejante e perigosa sedução que abre caminho no coração do homem com argumentações falsas e aliciantes. De fato, na narração do pecado original, o tentador se aproxima da mulher, fingindo ser seu amigo e interessar-se pelo seu bem. Começa o diálogo com uma afirmação verdadeira, mas só em parte (...). Respondendo, a mulher explica isso mesmo à serpente, mas se deixa atrair pela sua provocação (...) dando crédito ao falsário e deixando-se atrair pela sua apresentação dos fatos, a mulher extravia-se.”
Continuando sua análise, o Papa Francisco refere-se ao fato de que hoje a desinformação pode contar com a gigantesca amplificação devida “a um uso manipulador das redes sociais e das lógicas que garantem o seu funcionamento: assim os conteúdos, embora desprovidos de fundamento, ganham tal visibilidade que as próprias desmentidas de autoridade dificilmente conseguem conter seus danos”.
“O drama da desinformação – para o papa – é o descrédito do outro, sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isso que leva, em última análise, a falsidade.”
Por isso, para Francisco, são “louváveis”: 1) as iniciativas educativas que permitem aprender a ler e avaliar o contexto comunicativo, ensinando a não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento; 2) iniciativas institucionais e jurídicas empenhadas na definição de normativas que visam conter o fenômeno, e ainda iniciativas, como as empreendidas pelas tech e media companies, aptas a definir novos critérios para a verificação das identidades pessoais que se escondem por detrás dos milhões de perfis digitais. No combate às fake news, “particularmente envolvido está quem, por profissão, é obrigado a ser responsável ao informar, ou seja, o jornalista, guardião das notícias”.
A oração do jornalista
Como nos defendermos, então?, pergunta-se o Papa Francisco. “Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas conceitual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, definindo-as verdadeiras ou falsas”, explica Francisco.
“A verdade não é apenas trazer à luz coisas obscuras, ‘desvendar a realidade’, como faz pensar o antigo termo grego que a designa: aletheia, de a-lethès, ‘não escondido’.”
A verdade é aquilo sobre o qual podemos nos apoiar para não cair. Na linguagem bíblica, a palavra verdade tem a mesma raiz (‘aman) da palavra litúrgica “amém”. Por isso, o papa, inspirando-se na oração de outro Francisco (o Santo de Assis), convida a todos, particularmente os operadores da informação, para não caírem, a recorrerem à Verdade em pessoa (isto é, a Jesus Cristo) com esta oração:
Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão.
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.
Amém.
A reportagem é de Maria Antonietta Calabrò, publicada no sítio L’HuffingtonPost.it, 24-01-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto

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