
O Brasil, entre os países da América do Sul, é o que menos recebe migrantes da Venezuela. A língua e a cultura, para muitos deles, é uma barreira. Num seminário como esse de Florença e com esse tema, não há como não (criticar) comentar o que está ocorrendo no Brasil: grave crise econômica, social, política, institucional, ética e moral. O golpe aplicado no Brasil repercute negativamente na Europa e não há como não registrar o retrocesso que estamos vivendo: paralisação dos avanços no Mercosul, onda crescente de ódio, principalmente em relação aos pobres, negros, homossexuais, mulheres e, no caso específico do seminário, aos migrantes. O seminário terminou na sexta-feira (9). No dia seguinte, sábado (10), tomei conhecimento de que a Polícia Civil de Roraima prendeu o guianense Gordon Fowler, suspeito de atear fogo em uma família de venezuelanos. Infelizmente, esse não foi o primeiro ato de violência contra os migrantes da Venezuela em Roraima. Há mais de uma dezena deles. Roraima é o estado brasileiro que mais recebe migrantes da Venezuela. Só nos últimos dois anos, a prefeitura de Boa Vista estima que 40 mil cidadãos e cidadãs da Venezuela chegaram à capital do estado. Esses números representam mais de 10% da população local. Roraima, como todos sabem, não tem como economicamente suportar esse abrupto aumento da população. É necessário que o Estado brasileiro desenvolva políticas públicas. Mas também, como todos sabem, o usurpador Michel Temer não tem o mínimo interesse em desenvolver políticas sociais para o atendimento de migrantes. Aliás, é bom dizer, não atende nem os cidadãos e cidadãs do Brasil. Seu objetivo é atender o capital. Alguns, em busca de uma justificativa, poderão dizer que o suposto criminoso não é brasileiro. Não importa. O importante é lembrar que há crescimento de ódio entre as pessoas, principalmente rejeição aos migrantes em todo o mundo. Há uma crescente xenofobia. Lembro: a maioria das pessoas que são migrantes foram vítimas em seus países. E foram obrigadas a migrar.
Dr. Rosinha Médico, com especialização em Pediatria, Saúde Pública e Medicina do Trabalho, destacou-se como líder sindical antes de se eleger vereador, deputado estadual e deputado federal. Também foi presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul). Exerce o quarto mandato na Câmara dos Deputados, pelo PT do Paraná.
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