
Durante a homenagem, vídeos de discursos de Marielle foram exibidos num telão. "Não vamos deixá-los roubar nossos sonhos", "Quantos mais vão precisar morrer?" e "Marielle Presente", foram alguns dos dizeres nos cartazes, em português, alemão, inglês e espanhol, levados pelos participantes. O clima era de indignação e comoção.
Velas e flores foram colocados num pequeno altar com uma foto da vereadora. Durante a manifestação que durou cerca de duas horas e meia, os participantes reiteraram apoio aos temas pelos quais a defensora dos direitos das mulheres e da inclusão social lutava e a homenagearam com poemas e canções. A frase "Marielle Presente" foi repetida em diversos momentos.
"A morte de Marielle não será em vão", afirmou a estudante Junia Matsuura.
Além da homenagem a Marielle e Anderson, os participantes do ato pediram o fim do racismo e da violência policial. Vítimas de operações policiais, como a auxiliar de serviços Claudia Silva Ferreira, morta ao ser arrastada por uma viatura em 2014, e o ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, também foram lembrados.
"Estou aqui para representar todas as pessoas que morrem todos os dias no Rio, não somente a Marielle e o Anderson, e para mostrar que esse sofrimento chegou até aqui", afirmou a brasileira Roberta de Carvalho Klose.
O ato reuniu participantes de todas as idades e muitas famílias. "A execução da Marielle precisa ser um divisor de águas entre essa completa inaptidão das pessoas de irem para a rua", afirmou Janaina Pessoa, que estava junto com seus dois filhos, de 11 e dois anos.
Além de brasileiros e alemães, cidadãos de outras nacionalidades participaram da homenagem. "Estou revoltado com o crescimento da força do fascismo que está acontecendo no Brasil e em todo mundo. Acho importante estar aqui para demonstrar minha revolta e mostrar que há pessoas no mundo inteiro que se importam com a morte de Marielle", destacou Alessandro Rossi, italiano que morou no Rio de Janeiro.
Marielle e Anderson foram mortos na quinta-feira ao sair de um evento na Lapa. O carro, onde estavam, foi baleado nove vezes. A principal hipótese da Delegacia de Homicídios do Rio é de que se tratou de uma execução premeditada, dada a ação dos criminosos. Além de defender os direitos das mulheres e a inclusão social, Marielle criticava também a violência policial.
Clarissa Neher/cp
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