
"Alguns magistrados que tornaram essa prática num modo de vida", afirmou Gomes. "Mandam cidadãos para cadeia e depois negociam a libertação, sem nenhum indício de crime. Ou seja, é um tipo de associação criminosa criada por alguns magistrados."
Frente contra corrupção na Justiça
O grupo de advogados anunciou ainda a criação da Frente Nacional de Luta Contra a Corrupção no Poder Judicial para defender os direitos fundamentais dos cidadãos.
O advogado Fernando Gomes considera inadmissível que membros da Justiça se envolvam em práticas de corrupção.
"Ouvimos discursos em que quase todos reconhecem que, de facto, existem casos de corrupção no aparelho judicial da Guiné-Bissau", disse Gomes. "Muitos advogados queixam-se de casos de corrupção praticados por alguns magistrados do Ministério Público. E o que é que se fez? Nada. Nenhum magistrado é processado, julgado ou levado às barras da Justiça. Então, entendemos que temos que fazer algo, apesar dos riscos que corremos."
Apelo a "limpeza" no Ministério Público
Ao tomar posse, em novembro de 2017, o Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Bacari Biai, manifestou-se determinado em combater a corrupção no aparelho de Estado, "doa a quem doer".
Mas o advogado Vítor Mbana entende que o procurador devia começar pelo próprio Ministério Público: "Queremos que comece a lavar a própria casa, para que os delegados do Ministério Público possam ficar 'limpos' e avancem para a perseguição dos outros."
Contactado pela DW África, o Ministério Público prometeu que vai analisar as denúncias do grupo de advogados e só depois se pronunciará oficialmente sobre o assunto.
Braima Darame (Bissau)cp
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