
Os russos, no entanto, não se interessam muito por eleições cujo resultado seja previsível. Já nas eleições parlamentares de 2016, a participação eleitoral caiu drasticamente. Em Moscou, por exemplo, ficou em torno de 35%.

O já idoso líder comunista Guennadi Ziuganov, que quase sempre ficou em segundo lugar em pleitos anteriores, não participará mais. Entre os candidatos encontram-se tanto políticos quase aposentados como novas figuras.
Pavel Grudinin, o iniciante
À segunda categoria pertence Pavel Grudinin. O político de 57 anos, chefe de uma empresa agrícola perto de Moscou, foi escolhido de surpresa pelo Partido Comunista da Rússia (KPRF) como seu candidato, embora ele não seja membro do KPRF.De acordo com os dados das pesquisas oficiais, ele pode receber aproximadamente 6% dos votos, ficando em segundo lugar, depois de Putin.

Vladimir Zhirinovsky, o agitador
Um dos principais concorrentes de Grudinin pelo segundo lugar é Vladimir Zhirinovsky, o candidato mais veterano destas eleições presidenciais. O líder de 71 anos do populista de direita Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR) se candidatou pela primeira vez à presidência do país em 1991.Apesar de pertencer formalmente à oposição, há muito tempo faz parte do establishment e está alinhado com o Kremlin.
Suas aparições públicas agitadoras, nas quais costuma ameaçar o Ocidente com bombardeios nucleares, são parte integrante dos talk-shows russos. Zhirinovsky faz com que Putin pareça moderado e sensato; não é um verdadeiro opositor e adversário para o atual presidente.
Grigory Yavlinsky, o velho liberal
Yavlinsky tem a imagem de um político liberal com visões pró-Ocidente, mas que nunca conseguiu alcançar camadas amplas da população. O número de seus eleitores parece até estar diminuindo.
Boris Titov, protetor dos empresários de Putin
Com 57 anos, Boris Titov está entre os candidatos mais jovens à presidência. Nas eleições de 2000, alcançou 1,5% dos votos, e deve obter resultado semelhante desta vez. Titov representa o jovem Partido do Crescimento, liberal de direita, que nunca desempenhou um papel significativo na política russa e que até agora nunca alcançou bons resultados nas eleições.
Sergei Baburin, o nacionalista
Sergei Baburin, de 59 anos, surge nestas eleições como a sombra de um passado distante. Como vice-presidente do Parlamento, o político conservador ficou conhecido principalmente na década de 90, mas depois ficou em segundo plano no palco político.
Baburin é líder do partido minoritário União Nacional Russa, de orientação nacionalista e conservadora, que apoia Putin na política interna e externa.
Ksenia Sobchak, uma contra todos
Ksenia Sobchak, de 36 anos, é uma candidata especial nestas eleições, não apenas por ser a única mulher. Ela é filha do ex-prefeito de São Petersburgo Anatoly Sobchak, considerado um dos padrinhos políticos de Putin.Ela começou fazendo carreira no mundo do espetáculo, tornando-se com o tempo jornalista de tendência oposicionista, mas não é política de profissão. Na campanha, promove-se como a "candidata contra todos", tentando assim conquistar os eleitores de protesto: quem não gosta dos outros candidatos, deve votar nela.
Sobchak defende um programa liberal e critica cautelosamente o chefe do Kremlin. Desde que anunciou sua candidatura, tem acesso aparentemente ilimitado à mídia, o que muitos interpretam como indício de que seria protegida pelo Kremlin. Teoricamente ela deveria atrair os simpatizantes de Navalny, insatisfeitos e, em sua maioria, jovens, porém polemiza muito e provavelmente conquistará bem poucos votos.
Maxim Suraykin, o comunista alternativo
Entre as novas caras desta eleição, está também Maxim Suraykin, de 39 anos. Ele é presidente do partido Comunistas da Rússia, fundado em 2009, que se apresenta como alternativa ao tradicional Partido Comunista da Rússia. Este, por sua vez, acusa os Comunistas da Rússia de serem um projeto do Kremlin, com objetivo de enfraquecer os velhos comunistas.
Sejam candidatos tarimbados ou principiantes, defensores de Putin ou críticos a ele, todos os desafiantes do chefe do Kremlin têm uma coisa em comum: não têm a menor chance. Desse ponto de vista esta eleição, apesar do número de candidatos, não é diferente das tantas eleições passadas, das quais Putin saiu o vencedor.
Roman Goncharenko/cp
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