Logo na primeira pergunta, os repórteres questionam quais obras eram ‘perfeitamente factíveis’ dentro dos projetos dos 300 anos de Cuiabá. Ao mesmo tempo em que o prefeito responde que todos os projetos poderão ser executados, ele, em seguida, diz que os que não forem executados serão informados à população. Prefeito, confesso que fiquei sem entender!
Em seguida ele fala do lançamento de parques nas regiões periféricas de Cuiabá, e completa: “a ideia é entregar todas as obras até o aniversário de 300 anos”. A ideia, senhor prefeito? É isso mesmo? Quando lançam-se obras, é imprescindível um cronograma de execução. Não queremos “ideia”, queremos o prazo para a entrega de cada obra.
Questionado sobre um dos projetos apresentados pela SEC 300, que é a revitalização do Morro da Luz, avaliada em R$ 52 milhões, e uma passarela ligando igrejas, o prefeito Emanuel já confessa que muitos projetos da SEC 300 mudaram. Pergunto; porque a população não foi informada? Você disse, prefeito, na mesma entrevista, que todas as alterações do projeto seriam informadas. Pelo visto se a equipe de reportagem não o questionasse, os cuiabanos não receberiam esta informação.
Agora, vejam essa parte em que o prefeito diz: “Eu ia fazer o Caminho das Igrejas, que está no Ministério do Turismo, não é recurso próprio. Mas no momento não estou mais priorizando o recurso do Caminho das Igrejas, porque é um projeto que eu vou deixar para a próxima gestão”. O senhor prefeito já está fazendo o plano de governo da próxima gestão? Ou trata-se de mais um projeto sem começo, meio e fim?
A falta de planejamento fica evidente quando o prefeito fala da revitalização do Morro da Luz, com a Torre dos 300 anos, que seria uma obra grandiosa - 150 metros de altura.
Questionado sobre como será financiada a obra, o prefeito diz que ainda vai “buscar recursos junto ao Ministério das Cidades ou financiamento a juros módicos, que a Prefeitura tenha condições de pagar sem nenhum problema”. Ou seja, mais uma vez lança-se uma obra sem estudo de viabilidade econômica para a sua conclusão.
A cereja do bolo foi quando o prefeito Emanuel Pinheiro se diz injustiçado pelas imagens em que aparece pegando maços de dinheiro no Palácio Paiaguás, no famoso episódio do paletó. Teve a ousadia de agradecer a sociedade cuiabana pelo espírito de compreensão. Ora, senhor prefeito, o cuiabano é generoso e educado, mas não é bobo.
Em suma, por toda a entrevista o prefeito falou de ações que vai executar, e, novamente fez promessas. Entretanto, sequer apresentou algo concreto sobre o que a atual gestão já fez por Cuiabá no último ano e meio em que ele esteve à frente do Palácio Alencastro e tampouco nos tranquilizou sobre o futuro de sua administração, que aparenta desgovernada e agravada pela reputação de seu líder.
A minha preocupação aumenta ao ver que o prefeito pode se distanciar ainda mais dos seus compromissos como líder do Executivo Municipal para cuidar de uma possível candidatura do seu filho para a Câmara Federal.
Felipe Wellaton (PV) é vereador por Cuiabá
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