
"Estou de acordo com essas palavras", completou Rajoy, que chegou a Buenos Aires na segunda-feira. "Devemos devolver a palavra aos venezuelanos, sem dificuldades, sem ameaças e sem nos aproveitarmos da fome e da miséria provocada pela incompetência. Ou pior... para estabelecer regimes clientelistas."
O presidente argentino também concordou com Rajoy quanto à dimensão das dificuldades enfrentadas na Venezuela, que transbordam para toda a região.
"Claramente os direitos humanos deixaram de ser respeitados há tempos na Venezuela. O nível de abuso do governo de Maduro contra os cidadãos é tremendo", avaliou Macri.
As eleições presidenciais da Venezuela, marcadas pelo governo para o dia 20 de maio, ocorrerão sem a participação de grande parte da oposição, que afirma que o pleito será fraudulento.
"Não é uma escolha democrática. Seguiremos reivindicando uma saída democrática para o povo venezuelano", indicou Macri.
Para participar das eleições, a oposição venezuelana exige uma mudança dos integrantes do Conselho Nacional Eleitoral, já que considera que os atuais são aliados de Maduro. Eles também defendem a candidatura de líderes antichavistas que foram inabilitados pela Justiça e outros órgãos do governo.
Macri antecipou que a situação da Venezuela será debatida na Cúpula das Américas, no Peru, no próximo fim de semana. "Que sejam libertados os presos políticos e que se estabeleça um cronograma eleitoral sério", afirmou o presidente da Argentina.
No mês passado, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, disse que não há condições políticas e sociais mínimas para a realização de uma eleição presidencial na Venezuela.
"As liberdades de expressão, opinião, associação e reunião pacífica estão sendo reprimidas", afirmou, considerando ainda que "o princípio da separação de poderes está comprometido, dado que a Assembleia Nacional Constituinte continua a concentrar poderes sem restrições".
JPS/efe/afp/cp
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